7 de junho de 2009

Complexo de Super-Homem

Acabei de achar aqui – bem na base do por acaso -, uma ilustração montada por meu irmão para um trabalho de faculdade. A montagem reproduz um trecho de “Super Homem”, poema de autoria desconhecida, apesar de durante pesquisas ser atribuído a "Fernando Pessoa", incrível, as vezes parece que todo belo poema é de autoria desse grande mestre.

Mas o que os belíssimos trabalhos de Fernando pessoa ou autor desconhecido tem a ver com o Cemitério? A particularidade é simples, optei por postar aqui, logo no primeiro instante que li, de imediato a proposta literária me remeteu a pensar em dois posts aqui do mausoléu, são eles “Nós heróis...Somos assim mesmos!” e “Nós heróis...Somos assim mesmo...Por que vovó?”, preparados exclusivamente para a seção “SeNTia qUe Lá VeM a EsTÓRRRia”.

Como todos sabem aqui, “heróis” é um tema que me fascina de um modo geral e sobretudo quando sua “fantasiosa fantasia” é deixada brevemente de lado e se passa a adotar uma figura com padrão mais humana, um paladino que tem a coragem como sua maior fonte de poder, buscando a força dentro do coração – um dia espero descobrir porque isso me fascina tanto.

Pela forma original como aborda o tema, o poema seduz e encanta com uma magia pecaminosa, o modo como os versos se interligam, cada estrofe estabelecendo um grau de musicalidade, com as letras no ato de sua elaboração concebendo seu desenrolar, sendo um importante triunfo do segmento, o leitor interage a cada letra, durante cada segundo, sempre a forma um cenário, ilusão interativa. O poema aborda um processo de linguagem que permite ter ilusões, exatamente por instituir um paralelo entre realidade e fantasia, formado através do tênue fio da narrativa poética.

Super-Homem

Não tenho uma capa.
Voar também não consigo.
Do mundo conheço o mapa,
Da vida não sei o que digo.

Nada faço que todos não façam,
Nunca faço ideia do que sou.
Nada sei que todos não saibam,
Nunca sei se devo estar aonde estou

Não sou dono de coisa alguma.
Tenho buracos em todas as malhas.
Nada bebo que não seja espuma;
Nada como que não sejam migalhas.

Não tenho nenhum relevo.
Não causo inveja a ninguém.
Não tenho qualquer enlevo,
E nem sei se sou alguém.

Mas quando escrevo
Sou infinito e omnisciente,
Estou em todo lado,
E sou toda a gente...

2 Coveiros:

Rafa Flor disse...

Lindo meu herói

O Bobo Poeta disse...

Acho que esse tema fascina a todos de certa forma.
Quem nunca sonhou em ser um herói se quer uma vez na vida?
Mas, esquecemos que todos, de certa forma, somos heróis, e como os heróis das histórias, não somos perfeitos.
Mas cada dia almejamos a perfeição.

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