6 de junho de 2009

Carícia


Carícia


Nada como um roçar suave
De uma mão forte e macia.
Semelhante a uma brisa morna
Batendo de leve como magia

É dar e receber singelo,
De dois corpos em demasia.
Numa troca de energia oposta
Que se atrai, mistura e se extasia.

É um falar de gestos profundos,
mímica,sentimento,alegria.
Onde a palavra viva se une
Num turbilhão de amor e fantasia.

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Cada fio um sonho

Primeiro peço que não se enganem, a história de hoje é uma ação personificada, daquilo que um fenômeno conhecido como “mulheres” podem vir a fazer com um mero mortal. No meu caso essa imagem tinha forma concreta, sempre fui fanático por mulheres de cabelos cacheados – de preferência pretos -, e sem esquecer as pernas grossas, até me arrepio só de pensar! Esse estereótipo feminino sempre me encantou, fazendo meu “corrração” bater num ritmo mais frenético. A idolatração era tamanha que chegava a desperta a arte que pulsa dentro de mim e o resultado...Vocês podem ver bem abaixo.


Cada fio um sonho

“Quando os corações se encontram
Seus olhos falam sem pensar
Suas mascaras desmontam
Te deixam livres para amar”

Uma simples conversa virtual. Nascia uma nova “amizade”, seguido por um encontro inusitado, um segredo supremo e no fim, a última batalha entre a aranha e seu arqui-rival, a mosca.

Vaidade, esse sempre foi o meu pecado favorito – não me canso de repetir – mais poucos sabem, no meu lado mais íntimo, desejei sempre experimentar o gosto amargo e estranho da paixão, descobrir as forças das “teia sedução” que contrária a ética no que diz respeito a sempre falar daquilo que nos faz falta, restringindo o sonho utópico ao perfeito anonimato.

Angélica amarrou o último cadarço, enfim estava pronta para sair. Era hora de dar uma volta, arejar os pensamentos, esquecer as dificuldades da semana. Seus planos, projetos e textos em um breve momento ficavam para segundo plano. A jovem queria fugir, relaxar do fatídico cotidiano, brindando a paz previamente anunciada.

Atendo-se a caminhar, a Angélica que também era Rita, Rafaela, Joana e claro Lara, percorria um calçadão qualquer, em uma rua qualquer, repleta de transeuntes que iam e vinham por todas as direções. De longe podia observá-la, a chance de estudar melhor o seu comportamento. Há tempos procurava respostas, teria a chance de encontrar? Saber se aguardava alguém, quem sabe um namorado, o maior amor a quem compartilha seus íntimos sentimentos!

A dúvida incomodava. Ao menos a observava sem riscos de ser desmascarado, Lara não notava minha presença havendo liberdade para prosseguir na missão. Seus passos eram lentos, seus pés desligavam no assoalho feito passos de bailarina. Várias pessoas a observavam. Primeiro pela sua saia Jean, pouco acima dos joelhos, mais deixando resquícios de suas grossas pernas, belas curvas que levavam alguns tolos aos pensamentos mais profanos e contraditórios. Mais vou poupar desses detalhes sórdidos e repletos de obsoledades, os paquidermes não devem ser levados a sério.


Lara ainda tinha outros atrativos, não se restringindo apenas a um belo par de pernas ambulantes. Seus seios redondos e pequeninos, escondidos serviam como denuncia para sua timidez. Na face, os óculos eram máscaras, a esconder os lindos detalhes de seu rosto. Uma beleza sem igual, incapaz de ser retratada pelos maiores mestres das artes plásticas. A feição infantil acompanha por um olhar poderoso, capaz de hipnotizar pobres homens que passam a adorá-la como se fosse uma Deusa, a rainha dos filhos do diabo. O amor eterno acompanhado por uma dor, quem sabe até inexistente, nada passa a existir além do intenso e desgastante sentimento.



O forte vento anunciava a garoa. Era interessante ver seus longos cabelos cacheados suspensos pelo ar, meros capilares que lhe serviam como cordas para me controlar, fazendo de mim um inseto em sua teia, repleto de fios para cortar, um inofensivo fantoche, uma pobre mosca em suas mãos.




Em cada fio um sonho tão difícil de contar. Eu tentei correr, de repente até fugir, mais preferi ficar, entre as teias e esquecer. A morte inevitável, e Lara certamente não irá se importar, mas esse risco é todo meu, ver seu amor me devorar. Mas morro pela minha maior virtude, sem renegar a maldição.

A vida foi se esvairando até sumir por completa, saciando a fome com meu corpo e espírito. No inicio lamentei apenas ficar longe dela, até descobrir que amar é sentir-se perto, por mais que se esteja longe. Ainda a espero, talvez nas moduladas nuvens celestes, quem sabe até, nas mais quentes e sombrias chamas do inferno.




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5 de junho de 2009

Quadrado Imperfeito

Uma época a qual era um tanto menos pessimista, carrancudo, irônico, sarcástico... Um
período em que era muito mais romântico...


Quadrado Imperfeito

Do que me adianta
O sol lá fora brilhante
Se aqui dentro é úmido e frio

Do que me adianta
Tanta claridade
Se aqui dentro é tudo tão escuro

Do que me adianta
Ter tanto amor guardado
Se não quero dá-lo,
E nem amar

Do que me adianta chorar e sofrer se você não me escuta
E nem quer me ver.

Do que me adianta tantas flores nascendo
Se não cultivei meu jardim, sequer um jardim pequeno

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4 de junho de 2009

Conto de terror em papel higiênico

Qual seria a forma mais inusitada – e ao mesmo tempo criativa de se lançar uma série de contos de terror? Certamente ninguém imaginou que o material viesse impresso no papel higiênico, mas o escritor japonês Koji Suzuki teve essa idéia. Uma imaginação como essa, totalmente fora dos padrões convencionais só poderia ter partido do autor da trilogia “Ring”, caso você não o conheça, é aquela mesma quer deu origem ao filme “O Chamado”.

O lançamento da nova coleção está previsto para o próximo dia 06, o conto intitulado como “Drop” interage diretamente com sua impressão, já que narra a história de um espírito maligno que habita uma privada – já viram uma trama mais original?

Durante entrevista a rede BBC Brasil, Hiroshi Nakajima explica que o produto ,"é como um produto normal. A diferença é que a pessoa pode ler uma história antes de usar o papel", disse o chefe de vendas da fabricante de papéis Hayashi Paper Corp, empresa que vai lançar o produto.

Cada rolo do papel terá o mesmo conto impresso várias vezes e ele pode ser lido em apenas 90 cm do papel. Falando mais sobre a trama, esse recente trabalho, “Drop” como foi dito, se passa num banheiro público e trata de uma superstição japonesa que fala de espíritos e fantasmas que habitam os banheiros. No Japão, existe certa tradição, chegando a ser comum pais contarem histórias de terror aos filhos, a exemplo da mão peluda que sai da privada enquanto os pequenos estão com as calças arriadas, sugando-os para aquele montante litro fundo de águas escuras.

Suzuki ficou famoso no Japão com obras de terror. Entre as publicações de sucesso estão “Spiral”, “Ring” e o conto “Floating Water”, que ganharam versões cinematográficas. Floating Water inclusive inspirou o filme “Água Negra”, produção que marcou a estréia do diretor Walter Salles em Hollywood.

Mas a nova aposta é novidade apenas para o diretor. Rolos de papel higiênico com estampas e inscrições também não são novidade para a Hayashi Paper. "Já publicamos versões com desenhos e também com informações importantes sobre como se prevenir em caso de terremoto ou outros desastres naturais", contou Nakajima. "Mas uma história é a primeira vez", ressaltou.

O rolo de papel higiênico com o conto de Suzuki tem 30 metros de comprimento e a estimativa de custo é cerca de US$ 2 cada. A empresa preparou 20 mil "exemplares", que serão vendidos em livrarias, supermercados, lojas de suvenir e pela internet.

Fonte: BBC Brasil

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Escravos da dominação feminina

Alguém já se sentiu mandado - ou até coagido por uma donzela indefesa?



Existe um ditado que diz, por traz de um grande homem, existe sempre a figura de uma grande mulher. Mas, alguém já parou para pensar o que seriam realmente dos homens sem as mulheres? E no âmbito de qualquer outra relação, quando esse tema entra em pauta é sempre destacável uma ordem natural de mudanças e concepções os quais essa relação sofreu e acreditem, não meramente traçando uma conotação mais sexual. O fato é que hoje, muitos estudos apontam para um estereótipo feminino mais dominador, e quanto aos motivos que desencadearam essa, digamos relação transgênica, óbvio e logo confesso a vocês que ... Não faço eu lá a mínima idéia.

Até poucos anos existiram canções a salientar o domínio masculino sobre as mulheres, podia usar um exemplo de música mais universal, mas estou realmente atentado a aproveitar o refrão de uma canção que há uns 10 anos fez muito sucesso aqui na região, composição de Cledvan Santos, “Lagartixa” foi cantada por uma banda de forró que sequer recordo o nome, “Me jogue no chão que sou seu tapete, se quer mebater, me chame de porta eu sou lagartixa me põe na parede, desde que depois me leve pra cama e me mate de amor”, a letra pode até não ser bela, mas temos de admitir ser deveras profunda! E traduzia bem a soberania masculina, soberaniaque hoje, parece caminhar para o esquecimento, a completa escuridão.

A vingança das mulheres talvez tenha começado com “Cachorrinho” aquela “mosiquinha toisca” da Kelly Key “Vem aqui que agora eu tô mandando, vem meu cachorrinho, a sua dona tá chamando”, e olha que esse é apenas o refrão, a música toda aborda essa questão e inclusive não esconde o que as impulsiona e garantindo mais um tempo para brincar, fazendo de nós homens uma completa mosca em suas mãos e isso graças a uma mera e simples constatação, “mas sem mim você não vive, sem meus cuidados amor, fala baixinho comigo, a sua dona chegou”, sim ela chegou e precisa de algo mais para comprovar toda maestria feminia sobre nós homens indefesos?



O que causou essa rebelia por parte das mulheres é um mistério, mas o tema também foi abordado – inclusive foi o que me inspirou -, na coluna fixa “Macho Alfa” escrita por J.J. Bronson no IG. O texto começou com o autor reproduzindo um relato de um de seus leitores, reclamando que todas as mulheres as quais gostou de alguma forma acabaram pisando nele, essa foi a deixa utilizada para como muita compêtencia abordar esse tema.

O autor começa fazendo uma analogia entre o dilema de seu leitor com esse novo conjunto atributo e concepções descoberto pelas mulheres. “Eu poderia até começar a xingar a mulherada, mas não acho que é a resposta. Se todas pisaram em você, acho que deve pensar em mudar sua postura. Já que foram realmente TODAS, há sério sinal de que o problema está em você. Por que elas pisam? Porque você deixa”.

Com precisão Bronson então foi desenvolvendo o tema, para ele mulheres geralmente foram dominadoras e a prova disso, querem sempre definir o vestuário do parceiro, ter total influência sobre aquilo que gostam. E se possivel ainda saber tudo, manipulando seu pensamento e gosto, o modo de agir e principalmente a carteira, mulher adora estabelecer o que se compra. Mas, ainda de acordo com a coluna, isso só acontece se você deixar. Daí elas montam mesmo.


“Outro ponto importante: não corra o tempo todo atrás de uma mulher. Elas não dão valor. A maioria delas só dá valor para os canalhas, é verdade. Nem por isso estou dizendo que você deve virar o maior cafajeste das redondezas. Apenas saiba se valorizar. (Se quiser virar cafajeste, vire. Você terá menos problemas do que se for um cara correto. Mas isso vai da cabeça de cada um.) Não ligue o tempo todo, não rasteje, não seja grudento. Não a procure dez vezes por dia, não mande mil e-mails ou mensagens. Fica chato. Fica repetitivo, falta assunto. E o pior: é pedir para ser pisado”.

No fim J.J. Bronson deu uma verdadeira receita de como enfrentar esse mal tão necessário que são as mulheres. Então vamos todos nos unir, será a força da união masculina contra o desparato dominatório feminino. Ou podemos ficar quitinho e aproveitar, porque o que a gente gosta mesmo é de umas “gateinhas” assim igual a vocês bem mandona, uma deusa, nossa verdadeira “Donna”. Aliás esse processo de dominação pode ser interessante e as vezes traz suas próprias recompensas, afinal é impossivel não atestar que realmente, a guerra dos sexos é eterna, resta então nos deliciar com ela.


Texto completo de J.J. Bronson aqui

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3 de junho de 2009

Nas garras (patas) da Mula-sem-Cabeça

Um inesperado convite, chegando a uma daquelas cidadezinhas do interior, garotas bonitas e quando estava prestes a me dar muito bem...Eis que nosso herói – nesse caso eu-, se depara com um inimigo inusitado, a Mula-sem-cabeça.

Essa é uma história real, queria poder dizer que aconteceu com o amigo de um grande amigo meu. Pena que meus conceitos étnicos e ideológicos não permitem que minta para vocês amados leitores. Certamente vou me arrepender por ter criado esse post, que representa um momento deveras embaraçoso, daquele tipo que a gente guarda no lado bem obscuro da mente, de preferência num local bem fundo. Longe o bastante para que nós mesmos não possamos nunca mais lembrar, tudo por evidenciar um momento de intensa vergonha e muita humilhação – não levem tão a sério, sofro de um mal denominado como leve inspiração para o exagero.

O início da minha entropia emocional, se deu através da figura de um amigo, que me convenceu – pra falar a verdade aceitei sem pestanejar -, a passar o sábado em sua casa em outra cidade aqui no estado. Ambientes interioranos, esse sim é um cenário que me fascina, pela particularidade inserida nas entrelinhas, um povo mais humilde e ingênuo, desprovido dessa loucura suburbana, um modo de vida para nós incomum, pessoas que vivem felizes com menos opções de lazer, gente passando de um lado a outro, cadeiras espalhadas pelas portas, algumas sentadas a conversar nas praças, rodas de violões, o cheiro do mato entrando pela janela, alguém dúvida, tem ou não muita coisa maravilhosa no sertão?

Apesar de existirem alguns detalhes meio sórdidos, nas cidades pequenas todo mundo sabe – ou caso contrário inventa –tudo sobre a vida dos outros. Os casos que se podem ter notícias, variam do mais simples, até oportunidades onde essas notícias chegam primeiro aos alheios, antes da própria pessoa envolvida tomar conhecimento, e não me refiro a segredos tipo traição e tudo mais. Sem prolongar o assunto, tudo isso no frigir dos ovos, aparece como mero detalhe, a quem diga que hoje, nem o céu é perfeito e acreditem, muitos afirmam que se os mortos voltassem, diriam que esse mesmo céu está infestado de fofocas.

Então logo pusemos o pé na estrada, o ônibus saiu no início da tarde, adoro essas viagens, algumas horas na estrada, paisagem inspiradora, mp3 player no ouvido e o repertório vocês já imaginam, só poderia ser o puro som do Aor. A idéia era chegar ao fim da tarde. Estava muito animado, um fim de semana diferente, longe do corriqueiro, em um lugar onde minha chegada seria contemplada, afinal era uma das novidades, queria descansar bastante, quem sabe namorar alguma daquelas lindas “caipirras” – brincadeira em -, passar a noite em uma casa bem simples, espero que não me ponham pra dormir na rede.

E assim logo chegamos e devidamente acomodados, a casa, longe de ser uma mansão, em nada lembrava aquelas residências de fachada curta e amplo corredor. Tinha vários cômodos, comemorei quando vi que havia uma cama, nada de rede. Agora só queria ir pra rua e aproveitar... Meu colega perguntou se não me importava de ficar sozinho por alguns instantes, já virou uma tradição sempre que chegava na “small city” ir de imediato dar um alô na casa da namorada.


Durante uns momentos, fiquei em uma varanda no andar de cima a observar os movimentos da rua, poucos carros, algumas carroças, grupos de pessoas trafegavam a pé e muita beleza feminina, definitivamente essa “Pequenópolis” estava infestado de lindas garotas. E a noite logo caiu sobre a cidade. Bem ao lado da casa havia uma enorme subida, mal dava para ver o fim, até me arrisco a dizer que quando acabasse, chegaríamos à porta da casa de Deus e possivelmente é verdade, porque de lá surgiram três belas garotas, eram tão lindas, sobretudo a do meio, só podiam ter vindo de uma obra majestosa, sim sem dúvidas, ali era o caminho para as divindades celestes.

As garotas sentaram em uma casa bem de frente aonde estava, nem prestei muita atenção no enredo da conversa, apesar de falarem em tom alto, estava em estado de choque, só conseguia ver aquele lindo rostinho, o cabelo sedoso e que belíssimo par de coxas, eram bem grossas e estava muito sexy naquela saia jeans, que além de curta se mostrava bem justa, até me arrepio só de pensar. Na minha mente imaginava mil coisas ao mesmo tempo, essa morena seria minha esposa, não acredito, “Saturday, I’m in Love”, impossível,“Dios”, sim o sábado mal começou e já estava apaixonado.

De tanto olhá-la, a garota e as outras duas amigas notaram minha presença, cochichavam, riam e a doce e linda morena me entreolhava, com olhar disfarçado, exibindo todo seu belo sorriso, deixando-me ainda mais apaixonado... Então desci rapidamente, quase caia e rolava escada abaixo, mas nada iria impedir a união de dois corações que se amam e que batem um pelo outro, almas que antes foram uma só, a outra metade da laranja – relaxem, disse que tinha leve inspiração para o exagero.

Quando cheguei na porta à jovem me olhou, aquele tipo de apreciação meio de lado, certo ponto disfarçando um sorriso e denunciando estar bastante envergonhada. Dei dois passos para frente, parecia agora mais enrubescida, o que não chegou a afetar minha confiança, pois também se moveu – apesar de disfarçadamente - ao meu encontro. As amigas foram se afastando, a cada segundo estava mais próximo, o que faria quando enfim a encontrasse?, “posso apenas te dizer, você despertou minha tara e mesmo que procure esconder, esse meu sentimento não para”. Não, isso poderia assustá-la, tinha de ser mais singelo, talvez tentasse beijá-la... Não! Deveria me segurar ao máximo para que isso não ocorresse logo nos primeiros segundos, estabelecer um contato dessa maneira é sempre perigoso. Um de frente para o outro, então lhe toquei as mãos e me pus a segurá-las com apreço, aquelas lindas e delicadas mãos de princesa, e seguia como quem fosse declamar um poema, infelizmente antes que pudesse falar... “Michele, está ouvindo esse som de cavalo galopando?” Ahhh, primeiro parece que tem alguém no céu que gosta de mim, depois surgi outro que me odeia, diabos essa mulher tem de falar de cavalo, logo quando estávamos atingindo o ápice da paixão.

“Não consigo ouvir nenhum galope”
, disse logo tratando de cortar o assunto, era o principal interessado em por fim a essa baboseira. Precisava ter atenção exclusiva, retomando do ponto onde paramos. E para minha frustração, eu mesmo me neguei a prosseguir, maldição, também estava ouvindo o trote, vinha daquela enorme “ladeira do céu”, o som ainda era distante, mas vinha se aproximando, só que não havia cavalo algum.

- Corram todos, a Mula-sem-Cabeça está chegando e vai nos queimar vivos, corram!
– bradou uma das amigas de Michele.



Todos que trafegavam pela rua corriam de um lado a outro, gritando por nossa senhora e clamando piedade divina. Lembro de ter olhado para o lado, Michele também corria desesperada, quase chorando, gritava para as amigas “me esperem, esperem por mim”. Quando percebi que o trote estava ainda mais forte e não se via nada, enfim percebi, chegou a hora de fazer alguma coisa e estava disposto a fazer, logo me pus a correr como um louco, a ponto de chegar a deixar as meninas para traz, minha morena me perdoe, mas “salve-se quem puder”.



Para o alto e avante

Depois de correr com toda força para não ser vítima dessa tal Mula, fui me esconder por traz de uma pilha de garrafões de água mineral, sorte que havia um depósito logo no outro lado da rua, eram litros suficientes para apagar suas lendárias chamas. A propósito, naquele momento apenas sabia sobre a criatura é que no lugar da cabeça jorrava grande quantidade de fogo. Mesmo a alguns metros de distância, podia ouvir que os galopes continuavam, seguido a um tipo de relincho meio rouco, sei lá, de repente a mula “tava” gripada. A suposta aparição ainda causava bastante terror, pessoas corriam por várias direções, as meninas quase chorando tentavam entrar para dentro de uma casa, algumas pessoas gritavam “Tah vindo aí toda coberta de fogo”, corria uma senhora a gritar, apesar de que não via vestígio de qualquer luz. “Liga pra polícia, manda vim o delegado prender essa pecadora dos infernos”, suplicava outra.

O clima tênue de pavor foi ficando a cada segundo mais intenso, criança chorando, gente que de tanto correr de um lado a outro acabou tropeçando e caindo de cara no chão, sem falar em minha deusa morena completamente em pânico...Mas agora esse pesadelo acabaria, o trote estava perto demais, a instantes deixaria o beco da longa subida e tomaria aquela rua, estávamos inteiramente indefesos, a mula pegaria a todos, um a um, apenas estranhava não haver qualquer vestígio de luz, será se essa “burrinha” estava com algum problema de congestão que inviabilizava o processo de combustão? Só lançaria as chamas assim que adentrasse a rua, foi a primeira conclusão que cheguei, ou quem sabe não fosse a mula e sim o Cavaleiro-sem-Cabeça, diante de uma perspectiva mais norte americana tudo é possível, certo? E finalmente a criatura passou do beco para a rua onde estávamos, uma entrada imponente e triunfal, galopava com muito estilo e requinte, olhava de um lado a outra, como se quisesse escolher as primeiras vítimas. Bastava saber como esse emirado das trevas iria me trucidar, incinerado por aquelas chamas? Quem sabe até retalhado por aquelas garras dos infernos. Só torcia para depois de morto encontrar o amigo que me convidou no além túmulo, iria matá-lo pela segunda vez, por seu maldito convite ter me custado à vida, aquele desgraçado... Espera, existe algo muito estranho, certo ponto até equivocado, é uma mula sim sem dúvidas, só não há fogo algum, essa “Mula-sem-Cabeça” simplesmente, tem uma cabeça!



“Rafa o que vc tah fazendo aí escondido?”, pergunta o meu colega, eis que ele surge por de traz de mim. O animal desceu toda ladeira pelo canto, onde é ainda mais escuro, um verdadeiro breu a céu aberto, por isso ninguém conseguia ver qualquer sombra ou resquício, parecia mais um vulto. Aos poucos todos foram se recuperando do grande susto, com exceção de mim, meu amigo ria sem parar, enquanto estava envolto de angústia e vergonha, procurando um lugar para me esconder, quem sabe por cima daquele beco, subir aquela longa ladeira em uma passada só, arrancar esse sentimento o qual me afligia do peito...Preferi ficar quieto, estava tão escuro, vai que me deparasse mesmo com a Mula-sem-Cabeça. Quanto a Michelle e as outras, lembro de ter ouvido uma delas dizer, “esses meninos da capital são um bando de maricas”, pensei em tentar me explicar, mas seria em vão e – para variar -, faltou também um pouco de coragem. Aquela noite meu destino estava traçado, não seria o alvo de gozação dessa gente, se faltava coragem para me esconder, subiria ao meu aposento no andar superior e de lá só sairia de manhã logo cedo, correndo de volta para Aracaju. Então, para o alto e avante! Nossa, sempre quis encerrar um texto dizendo isso...

FIM

A História da Mula-sem-Cabeça

Já me arrependi por ter escrito esse post, portando não quero ouvir nenhuma risada, ouviram bem, nenhuma mínima risada, acho bom! Veja logo abaixo a lenda da Mula.

A Mula-sem-Cabeça é uma lenda do folclore brasileiro de origem desconhecida. Alguns textos apontam que foi criada pelo povo da Península Ibérica e foi trazida pela América pelos espanhóis e portugueses. A Mula também conhecida como burrinha, ainda faz parte do folclore Mexicano – intitulada como Malora -, e na Argentina - chamada de Mula Anima. Semelhante a outras lendas como Saci-Pererê e Caipora, a personagem é literalmente uma mula sem cabeça e que arremessa chamas pelo pescoço, local onde – obviamente – deveria alojar à cabeça.

No Brasil o causo foi disseminado por toda região canavieira do nordeste e também pelo completo interior do sudeste, representando uma espécie de lobisomem feminino que assombram pequenos povoados onde existam casas rodeadas por igrejas. Conta à lenda que qualquer mulher que mantivesse estreitas ligações amorosas com um padre, seriam vítimas da maldição. Isso porque os sacerdotes deveriam ser visto como uma espécie de “santo” e não como homem. Caso cometessem qualquer pecado com o pensamento no mesmo, acabariam se transformando em mula e sem cabeça.

Esta é uma historia de cunho moral religioso, uma repreensão sutil – na verdade nem tão sutil assim – do envolvimento entre mulheres com os representantes de Deus. A metamorfose ocorreria na madrugada de quinta para sexta feira, quando essa – adquirindo a forma de Mula-sem-Cabeça -, corre pelos campos, com as ventas cobertas por fogo, relinchando a correr na velocidade do vento. A exótica criatura é descrita como um animal de coloração marrom ou preto, possui outras particularidades, têm em seus cascos, ferraduras de prata ou de aço, com patas em forma de lâminas afiadas, emitindo um som apavorante, um misto de relincho com gemido humano. O processo de mutação chega ao fim após o terceiro cantar do galo, até lá a “burrinha” já fez muitas vítimas, homens e mulheres que se depararam em seu trajeto e foram despedaçados por suas violentas patas.

Analisando a história em meio a todo conteúdo vigente nas entrelinhas, a Mula-sem-Cabeça é a personificação da insânia inconsciência coletiva, a forma concreta de um arquetípico das criaturas que povoam a floresta, uma camada densa e profana do íntimo, um profundo processo real de desencadeamento dos instintos selvagens. Semelhante ao moralismo judaico-cristão e toda tendência ampliada como o horror da caça as bruxas e a inquisição. E esse processo de animalidade inserido na lenda, faz apologia a libido conjunto de forças conspurcas, o negativismo desenfreado, a figura de animal que aparece desprovido da cabeça, verdadeira alusão a um sentido metafórico com ausência da razão e consciência, significando o predomínio absoluto da paixão, o domínio do pecado inconsciente e inexorável, a “burrinha” nada mais é que uma mulher amaldiçoada e pecaminosa.

Antes que esqueça e retome a história, A maldição, segunda a lenda, perderá ser quebrada, o encanto é rompido somente quando alguém consegue tirar o freio de ferro que carrega. Preste atenção nesse trecho, é a única forma de sobreviver caso se depare com uma “burrinha” realmente sem cabeça. E no fim vocês podem terminar bem melhor do que eu, vá que em seu lugar apareça uma mulher arrependida, quem sabe esteja nua e seja muito bonita, já pensou? Desejo a vocês boa sorte.

Fontes: Wikipédia, Brasil Escola e Info Escola

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2 de junho de 2009

Poesias e fingimentos

Você é poeta?

AUTOPSICOGRAFIA
(Fernando Pessoa)
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Desculpem mas se eu fosse um poeta ficaria um tanto frustrado com esse texto do mestre Fernando pessoa, como não sou e sequer tenho pretensão a ser, concordo com toda sua explanação poética. Mas, se você é poeta não vale dizer que me aproveito do poema pra formar um blá, blá blá afim de criar um novo post. Inclusive esse lance de blá, blá, blá é uma alternativa totalmente ensaiada, uma verdadeira amostra do “que é dor, a dor que deveras sente”

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Uma Instórrria real


A narrativa se estabelece com a figura de um príncipe, um desses eterno prometidos qualquer, vivendo em uma região muito afastada. Além do velho castelo – herança de outros séculos –, havia uma gigantesca estufa, considerada a mais bela do reino por toda decadente nobreza. Vez por outra, até recebia visitas, embora as detestasse intensamente. Sua vida era sempre a mesma: do castelo à estufa e desta de volta, para onde? Ao castelo. Na verdade, sentia-se cárcere daquela situação.

Certa manhã, contrariando as leis máximas dos paradigmas reais, resolveu dar fim a todo seu pragmatismo e partir para um passeio sozinho, somente em torno do castelo. Foi então que caminhando pelo desconhecido, um estranho bosque, tudo ali era deveras estranho e atraído por esse conjunto estereótipo, descobriu no meio de uma pequena moita, uma espécie de pseudo vegetal, uma flor meio singular. Toda negra, ela se destacava de forma surpreendente do conjunto.



O jovem então estava extasiado, excitado com a possibilidade de conhecer algo novo, aproximou-se dela para sentir o intenso aroma. Meio entontecido com aquele raro perfume resolveu puxá-la e levá-la para o castelo. Foi quando sentiu que a flor estava muito gelada, toda sua a haste se destacava por uma forma cilíndrica, apesar de não saber o que é, não lhe era desconhecido.

Diante da impossibilidade de fuga aproximou –se, novamente a fim de certificar-se quanto a uma terrível suspeita. O disparo pelo cano, junto com os pássaros a voar, os últimos miolos reais de uma Instórrria real em toda a região.

Aquela altura, o povo declarava que sem dúvidas, a massa e os pássaros haviam traçado um belíssimo desenho no espaço.


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Pessoas obesas podem ter dificudade no mercado de trabalho



Você já imaginou que aquela “barreguinha sexy” pode trazer prejuízo não só a saúde e a estética, mas também a carreira profissional?

É isso que aponta o estudo realizado pela pós-doutora em Psicologia Social (UERJ) e doutora em Psicologia Clínica (PUC-Rio) Joana de Vilhena Novaes que chegou a colher entrevistas para escrever o livro “O intolerável peso da feiura”, que aborda entre outros assuntos mulheres e a relação com seus corpos.

Em contato com o tema a mais de 10 anos, a estudiosa já ouviu mais de mil pessoas entre mulheres, médicos e outros especialistas. O objetivo é entender e traçar um perfil sobre como o sexo feminino enxerga o próprio corpo e a que sacrifícios e mudanças se submete para atingir o padrão vigente.

Para a obra, foram aproveitados os depoimentos de 300 mulheres entre 15 e 60 anos, residentes de bairros da zona sul do Rio de Janeiro e pertencem à classe média alta. De acordo com a entrevista da psicóloga na seção IG Empregos, “ficou muito claro que feio não é quem tem os dentes, a pele ou o cabelo ruins. É quem é gordo. E quem está acima do peso, de acordo com essa visão geral, não consegue gerenciar a própria vida, o que o torna inapto para o mercado de trabalho, inclusive”, explica a autora.

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1 de junho de 2009

Mistura de Legumes recria obras famosas

Acho que todo mundo aqui já deve ter visto essa imagem em algum lugar, certo? Aqueles olhos bem atentos, também devem ter percebidos que a mesma está um pouco diferente da versão original, apesar de até certo ponto se tratar de uma réplica fiel.

Poxa, tah aí um texto que não podia deixar de reproduzir aqui no blog, foi das coisas digamos mais originais e interessantes que vi nos últimos dias. Uma artista chinesa, gosta tanto de brincar com alimentos que recriou telas de famosos posicionando com cautela batatas, tomate, couve, cebolas, pepinos... E tudo mais do que se imagina



A famosa Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, e O Beijo, de Klimt são algumas das principais obras reproduzidas. As fotos das adaptações de Ju Duoqi foram reunidas em uma coleção que ela chamou de Museu do Legume, que está exposta na Galeria de Fotografia Paris-Pequim, na capital chinesa.

É difícil imaginar que alguém poderia dar uma nova condição a esses alimentos. A artista descobriu que legumes e verduras não tinham apenas valor nutricional, mas também artístico, há cerca de três anos.

"No verão de 2006, eu comprei alguns quilos de ervilhas e fiquei sentada lá, quietinha, por dois dias, descascando, antes de colocá-las em um arame e transformá-las em uma saia, uma blusa, um adereço para a cabeça e uma varinha mágica. Eu usei controle remoto para tirar uma foto de mim mesma vestida com eles", contou Ju Duoqi em entrevista a Rede BBC.


'O Nascimento de Vênus', de Botticelli, foi uma das obras escolhidas pela artista em sua homenagem às mulheres que gostam do lar


Auto-retrato de Van Gogh


Marilyn Monroe com cabelos de repolho. DIOS não existe limite para a criatividade


'O Beijo', de Gustav Klimt, também recebeu o toque da artista


Napoleão, obra de Jacques-Louis David, aparece montado em batatas


'A Lição de Anatomia do Dr. Tulp'


'A Liberdade Guiando o Povo', ganhou nova roupagem


O trabalho é realmente brilhante e encanta até pelos mínimos detalhes. As diferentes formas e cores dos vegetais, com um pouco de arranjo, alimentam a imaginação da artista. Mas ela não usa apenas frutas e legumes frescos - secos, murchos, em conserva, fritos ou fervidos a depender também entram em pauta e podem sim ser utilizados para confecção de trabalhos.

A inspiração para esse novo gênero artístico talvez tenha nascido da associação de legumes e verduras à vida doméstica e disse que achou "uma forma de vida para as mulheres que adoram a casa", finaliza.

Ju Duoqi é uma artista chinesa, nasceu em 1973, em Chongqing, e estudou na Escola de Belas Artes de Sichuan.

Fonte: BBC Brasil

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PlayStation 3 slim

PlayStation 3 slim, será mesmo?


Vi esse boato agora pouco em uma coluna do ig e confesso ter ficado deveras curioso.

Tudo começou com as fotos de uma suposta caixa de um novo PlayStation 3 Slim que estava sendo fabricado na China. O mundo ficou alvoraçado. Mesmo a Sony tendo o histórico de sempre, após quatro ou cinco anos, relançar seus consoles em uma versão “Slim”, imaginar que a fabricante (que está em uma recessão danada, perdendo muito dinheiro) gaste com esse tipo de coisa, relativamente desnecessária, é difícil. Afinal de conta, se fabricante for diminuir os seus hardwares atuais, terá que gastar com pesquisa, e se for tirar partes para diminuir a “caixa”... Bem, não dá para imaginar muito o que ela pode tirar sem afetar a qualidade do videogame.

De qualquer forma, representantes da empresa tem negado, mas cada vez que o assunto vem a tona é para alguém falar que o redesign é real.O que resta é esperar pela feira mesmo.


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Entrevista com o cantor Nasi

Alguém poderia esquecer o cantor Nasi, o verdadeiro Wolverine brasileiro, um sujeito polêmico de língua bem afiada?


Os apreciadores do bom e velho rock n' roll nacional, não podem perder a entrevista do cantor Nasi, ex integrante daquele velho e bom grupo "Ira". Para variar Nasi continua polêmico, depois de cortar relações com o irmão em 2007 – que também era seu empresário e culminou no fim da banda “Ira”, o cantor falou ao IG de vários assuntos, futebol, e um programa que participa na teve e no rádio. “Estou concentrado em dividir bem meu tempo entre meu programa de rádio, minha participação na TV, aos domingos, na Rede TV, sem perder o foco nos shows, que é a minha atividade principal”, explica o cantor, ainda revelando na matéria que acaba de entrar na justiça contra o pai.

Veja um pequeno trecho da entrevista:

iG: O que é música boa para você? E o que não dá para ouvir?


Nasi: Boa música é música com sentimento, verdadeira. O que não dá para ouvir? Música sertaneja. Aliás, essa dita música sertaneja atual.

iG: E sobre o Ronaldo no Corinthians, o que você está achando?


Nasi: Tenho achado excelente, apesar de ter acabado com meu São Paulo no Campeonato Paulista. Acho que ele está fazendo bem para as pessoas por mostrar que, com força de vontade e determinação, a gente dá a volta por cima. Eu também dei... Eu sou mais ou menos o Ronaldo do rock n’roll.

iG: Agora que já faz um tempo que houve a desintegração do Ira!, você diria que sente saudade da banda?

Nasi: De jeito nenhum. Cada dia eu sinto menos. Cada dia eu percebo que, à exceção do baixista, todos os outros, inclusive o ex-empresário, me faziam muito mal, há muito tempo.

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31 de maio de 2009

O puro som do AOR

O tema dessa atualização é muito importante – e cada vez mais presente - na minha vida, o Hard Rock AOR.



Esse é um post que estava muito ansioso. O planejado, confesso, era utilizá-lo para inaugurar a coluna “Alquimia Musical”, infelizmente não pude terminá-lo a tempo. No primeiro contato entre leitor e texto, me arrisco a dizer que esse logo indagaria, “O que diabos será AOR?”. O termo não é característico pela sua popularidade, mas acalmem-se, pois pode estar mais próximo do que se imagina, certamente qualquer apreciador da boa música já se deparou, formando apenas um dilema de desinformação em torno da denominação, até aí um fato bastante comum, inclusive foi assim comigo também. Como na vida existem vários trajetos, outra parcela pode ter seu primeiro contato estipulado através da figura de um desses roqueiros a pronunciar a expressão, mas apenas pode ser, para ser honesto, a maioria das pessoas ignoram mesmo e olha que presenciei alguns conhecerem até mais bandas do gênero do que eu e nunca terem ouvido a tal definição.

E o que seria de fato o AOR? Conhecido como “Album Oriented Rock” (alguns também denominam como Adult Oriented Rock), esse é um nome retirado de um formato americano de rádio FM (conhecido como Album Oriented Radio), que tocava faixa de discos de artistas de rock. Vem a dúvida, o que há de novo nisso? Talvez nada, a não ser sua particularidade, centrada nas reproduções de canções mais longas, sua composição praticamente não atendia ao estilo padrão, o AOR ia de encontro à singles e músicas meramente comerciais. O objetivo era estabelecer uma proposta musical livre e deveras complexa, complexidade essa que já partia do modo como era concebida. E essa condição se relaciona com o perfil do adepto ao Aor, aquele tipo de roqueiro com apresso nostálgico, um sujeito com mente aberta e claro, gosto musical bem apurado.

Possivelmente através dessa perspectiva que o “Albúm Oriented Rock”,tardiamente foi posicionado como “Adult-oriented rock”. Esse rock orientado para álbum em inglês, no Brasil chegou como a expressão Rock Arena e serviu para descrever muitas dessas bandas, que também teve conceito associado a rock melódico e pode até ser resumido como o som de bandas de “hard rock and heavy metal” dos anos 70, 80 e principio dos 90.

O estilo foi “sepultado” no início da década de 80, quando era cada vez menor o interesse das rádios em executá-lo em suas programações. Esse é o fim do Aor? Nem precisa responder, óbvio que não, no máximo o fim declarado do “Album Oriented Radio”. As bandas permaneceram em plena atividade, firmes na jornada de produzir um som descompromissado com fatores industriais, cada vez mais distantes do padrão. E assim seguiu sem aquela que o fecundou, dentro de uma proposta progressiva, continuaram durante anos a fazer esse estilo.




Esquecendo um pouco as definições, como conceituar o Aor de modo mais natural? É um gênero que dominou o mundo no final dos anos 70 e até meados dos 80, caracterizado por grandes clássicos, verdadeiros hinos imortais. Daqui a 100 anos haverá pessoas a descobrir, admirar e difundir o Aor, um apanhado de canções com o poder de teletransportar o ouvinte para algum lugar bem longe da mente, aprisionando a lembranças, como uma “droga artificial”, sem contra indicações, e esse poder de nos levar pra bem longe, literalmente estabelece um novo processo, arrancando dos problemas cotidianos.

Com o passar dos anos, é inegável que o Aor sofreu por um processo de transformação, hoje a denominação está mais ampla, englobando não meramente bandas que seguem uma perspectiva mais progressiva e descompromissada, abrindo espaço para grupos mais clássicos, com orientação poética, claro que não necessariamente tratando-se de rock pesado. O Aor é lançado até os dias de hoje, citando como exemplo a ativa Place Vendome do vocalista Michael Kiske, que veio do metal e se descobriu musicalmente no Aor.

O som do AOR é uma verdadeira infinidade, sendo impossível destacar até metade das bandas, algumas muito conhecidas, outras nem tanto como, Journey, Suvivor, Bryan Adams, Kansas, Forrigner,Toto, Heart, Starship, Asia e Chicago. Também merecem destaque, arenas do mundo, alguns mitos que lotavam com melodias nostálgicas são, Shy,Stan Meissner, The Doobie Brothers, Electric Light Orchestra, Peter Frampton, George Harrison, Alan Parsons Project, Billy Squier, Sugarloaf… entre outras, Fortune, Sugarcreek, ,Crown of Thorns, Streets, Strangeways, Pride Of Lions.



AOR no Brasil

Estaria sendo louco e insano em afirmar que o Brasil foi um cenário efusivo na formação de bandas do Aor, apesar de existirem alguns representantes. Em opinião pessoal e com base também em pesquisas, Roupa Nova – apesar da base pop romântico -, e RPM foram um dos principais emissários. O primeiro teve forte flerte com o AOR na década de 80, estando bem característico em canções como “Felicidade”, “De volta para o Futuro” e “Coração Pirata”. Já a banda do cantor Paulo Ricardo traz entre outras, a música “Rádio Pirata”. Outro que também bebeu da fonte foi Léo Jaime, dificilmente alguém discordaria que “A vida não Presta” referência o estilo, com uma proposta poética simples e direta abordando as agruras da geração anos 80. Existem outras amostras nacionais – agora vocês me xingam, peguem leve please -, grupos como Polegar e Dominó foram influenciados por esse gênero, o resto acredito se tratarem de bandas com pouca expressão midiática.

E chegamos ao fim de mais um post, agora convido todos a navegar pelos rapidshared da vida e muito mais do que ouvir é se deixar descobrir essa maravilha artística, forjados pela necessidade de preencher uma lacuna, agregando um verdadeiro apanhado de elementos, na figura de roqueiros sem receio de propagar a boa música, com letras poéticas, românticas, vocais puxando para o Hard/metal, com peso das guitarras ou não. O importante é adentrar nesse musical universo de genialidade, onde apenas sou um discípulo menor, a sombra das tuas pegadas em busca do puro som do AOR.

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ERUDIÇÃO SANGRENTA



Erudição Sangrenta

Não foi por engano que eu amei a vida,
este anel no meu dedo reluzindo,
cartas que os amigos não me responderam.
Mas a solidão, esta sim,
esta sim...

Esta sim (a solidão)
engraxou minhas saudades,
esta sim penteou o meu espelho,
estação necessária, cárie obturada.

Esta sim, querendo ou não,
perfilou minha coluna,
esta sim educou a minha língua,
extraiu meu tormento tão monótono.

Não foi por acaso que eu amei a morte,
este dedo apontando o meu destino,
armas todas do mundo explodindo no meu cérebro.
Mas o único amigo, este sim,
este sim...

Este sim (o único amigo)
pagou o preço da minha fome,
este sim assustou-me por ser tão sincero,
erudição sangrenta, vento analisado.

Este sim, a pé ou de avião,
levou-me de mim mesmo,
este sim corrigiu minha loucura
instalando uma outra, mais insana.



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Celular: EVOLUTION


Falar de celular é sempre um assunto interessante, apesar de às vezes um tanto massivo. O tema realmente me atraí, sobretudo quando a pauta é a evolução de aparelhos, o tempo passa de modo tão veloz que a gente mal percebe a evolução, os celulares praticamente deixaram de existir e se tornaram apetrechos tecnológicos de incontáveis funções, ainda com um detalhe, também servem para se comunicar.

Voltando a época onde o principio básico se baseava em comunicação. Tudo começou com alguns engenheiros que resolveram mudar a o rumo da história. A idéia era desenvolver uma maneira de tornar a comunicação mais eficiente e fácil, daí surgiu um tanto brilhante e absurdamente miraculosa, criar um sistema capaz de efetuar a comunicação entre telefones sem fio, brilhante em? Por um lado a idéia não era ruim, mas como até o inferno é cheio de boas intenções a tecnologia da época não facilitou, afinal estávamos no ano de 1947, as idéias não foram muito além da teoria e de pouca prática.






A telefonia móvel deu seus primeiros passos em 1973, quando foi efetuada a primeira chamada de um telefone móvel para um telefone fixo, datado de Abril de 1973 que todas as teorias comprovaram que o celular funcionava perfeitamente, e que a rede de telefonia celular sugerida em 1947, pasmem, foi projetada de maneira correta. Este foi um momento não muito conhecido, mas certamente um fato marcado para sempre e que mudou totalmente a história do mundo, apesar de ainda tênue o celular já era uma realidade.

Várias fabricantes fizeram testes entre o ano de 1947 e 1973, contudo a primeira empresa que mostrou um aparelho funcionando foi a Motorola – até hoje a minha preferida. O nome do aparelho era DynaTAC, ainda não estava disponível para venda, apresentava-se como uma espécie de protótipo. O primeiro modelo liberado comercialmente nos EUA - alguns outros países já haviam recebido aparelhos de outras marcas -, foi o Motorola DynaTAC 8000x, isso ainda no ano de 1983, ou seja, dez anos após o primeiro teste realizado.

A primeira geração da telefonia celular se iniciava com celulares não tão portáteis, tanto que a maioria era desenvolvida para instalação em carros. A maioria dos celulares pesava em média 1kg (sim, você leu certo) e tinha dimensões absurdas de quase 30 centímetros de altura. Claro, isso era apenas o começo, sendo que a tendência era a redução no tamanho físico e o aumento de funções. O preço dos celulares evidentemente era astronômico, até porque, nem todo mundo tinha um carro para poder carregar estes “trambolhos”.

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"Dói internar um filho. Às vezes não há outro jeito"

INTERNAÇÃO

Ele entrava em surto
E o pai o levava de
carro para
a clínica
ali no Humaitá numa
tarde atravessada
de brisas e falou
(depois de meses
trancado no
fundo escuro de
sua alma)
pai,
o vento no rosto
é sonho, sabia?

E quanto a esse poema? Tão bonito quanto forte, em? Ao mesmo tempo desafiador, exaltando quem sabe, algo que há nos perturba, uma dor que existe no íntimo, representando uma fagulha tão só, um espasmo mental a deriva de um estado linearmente absoluto. Errado se pensam que o poema é de autoria própria, certamente já perceberam, afinal não sou dotado de tamanha habilidade poética. Internação é um poema assinado por ninguém menos que Ferreira Gullar em 1999.


Conforme matéria publicada o portal G1 do site globo.com, Gullar é um veterano na convivência com doentes mentais, pai de dois esquizofrênicos e levanta uma das maiores controvérsias da psiquiatria: o que fazer com doentes mentais em estado grave? A observação sobre o vento partir de Paulo, seu filho mais velho, que hoje tem 50 anos. Ele sofre de esquizofrenia, doença caracterizada, entre outras coisas, por dificuldade em distinguir o real do imaginado.

Achei absolutamente relevante divulgar essa matéria aqui. De acordo com o texto, “desde os anos 70, Gullar tenta administrar a moléstia. Fazia o mesmo com Marcos, o filho dois anos mais jovem, que também tinha esquizofrenia e morreu de cirrose hepática em 1992. Remédios modernos permitem que pessoas como Paulo passem longos períodos em estado praticamente normal. Sem alucinações, sem agitação, sem agressividade. Mas o tratamento só funciona se o doente tomar os medicamentos antipsicóticos todos os dias e na dose certa. Isso nem sempre acontece. O resultado são os surtos, quando o paciente se torna quase incontrolável.”.

A qualquer momento a pessoa vítima da doença pode cometer suicídio ou agredir quem está por perto. Nesses momentos, esses doentes costumam precisar ser internados. “Dói ter de internar um filho”, diz Gullar, hoje com 78 anos. “Às vezes, não há outro jeito.”

"...No Brasil, estima-se que haja 17 milhões de pessoas com algum transtorno mental grave – como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo. Em algum momento, eles podem precisar de um hospital psiquiátrico. Encontrar uma vaga, porém, tornou-se uma tarefa difícil..."

"...Nos últimos 20 anos, quase 70% dos leitos psiquiátricos do país foram fechados. Sem conseguir quem os ajude a cuidar dos doentes, pais e irmãos afirmam ter várias dimensões de sua vida pessoal comprometidas, dos compromissos de trabalho às amizades. É o que revela uma pesquisa feita em 2006 em Minas Gerais com 150 famílias com pessoas atendidas nos Centros de Referência em Saúde Mental. Em muitos casos, os doentes em surto fogem sem deixar rastro. Podem acabar embaixo dos viadutos. O aumento da população de rua nas grandes cidades não é fruto exclusivo da desigualdade social. Uma pesquisa feita em 1999 com moradores de rua em Juiz de Fora conclui que 10% deles eram psicóticos sem assistência..."

Leia aqui na INTEGRA o resumo da matéria publicada na Revista Época


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