23 de maio de 2009

Trilha Sonora novela Paraíso


A trilha Sonora de Paraíso...


Meia dúzia de freqüentadores daqui do Cemitério já devem ter notado que minha preferência musical é o rock, dentro do vasto conjunto de vertentes e concepções, sobretudo quando o assunto é o puro som do AOR – logo teremos um post sobre o estilo -, mas às vezes fica meio enfadonho ouvir o que mais gosto e ai minha biblioteca musical abre espaço para reggae, MPB, pop, românticas e até forró pé de serra, axé, sertanejo e brega – espelho, espelho meu, existe um ser mais eclético do que eu? Brincadeiras a parte, finalmente a Globo lançou a trilha sonora da novela Paraíso, as várias execuções de propaganda do disco na emissora, garante a certeza de que já invadiu as prateleiras das lojas e os blogs para download. Eu não vou postar nenhum link diretamente para não incentivar – essa coisa linda que é – a pirataria, mas basta abrir o Google e conferir as opções.

Não vou negar, até tenho o costume de acompanhar novelas, mas esse não é o caso de Paraíso. Gosto das adaptações dos clássicos de Benedito Rui Barbosa, os dois remakes anteriores foram muito interessantes, Cabocla e a mais recente produção Sinhá Moça. Adaptação da novela homônima, exibida pela Rede Globo no ano de 1982, Paraíso traz uma trama interessante, apesar dos elementos serem simples, José Eleutério, o "filho do Diabo", ou simplesmente Zeca, cresceu cercado por essa lenda, causando certo tipo de medo na população. Ele volta do Rio de Janeiro depois de oito anos, onde estudou.

Maria Rita também cresceu cercada por uma lenda, completamente oposta ao "filho do Diabo", até hoje, o povo local acredita nos milagres da moça. Quem despreza essa idéia é seu pai Antero, que credita à lenda a ignorância do povo. Mariana Godói –mãe-, sonha em colocar Santinha em um convento, contra a sua vontade. Ela, na verdade, quer seguir uma vida normal como qualquer outra mulher. O resto vocês até imaginam, certo dia eles se encontram – bem na base do por acaso -, e as diferenças que o cercam serve como um impulso para o forte amor impossível que brota... Nesse remake a adaptação é de Edmara Barbosa e Edilene Barbosa, a proposta é recriar o ambiente interiorano da cidade fictícia que intitula a trama. As gravações foram locadas no estado do Mato Grosso, ambiente acolhedor para resgatar a temática rural brasileira, retratando a vida nas fazendas e abordando toda questão de preservação ambiental.


Para ajudar a construir esse cenário, Paraíso traz em sua trilha um repertório bem sertanejo, traduzindo o ambiente rural, as características próprias da região centro-oeste brasileiro, com uma rigorosa seleção de canções. Para começar, basta citar a canção de abertura “Deus e eu no Sertão”, que na voz da dupla Victor e Léo, traduz com veracidade a vida e alguns costumes do sertão, “Nunca vi ninguém, Viver tão feliz, Como eu no sertão. Perto de uma mata e de um ribeirão, Deus e eu no sertão”. Os dois ainda assinam a canção que abre a trilha sonora Nada Normal. O CD traz também uma canção que dá título à produção, “Paraíso” no inconfundível trabalho vocal de César Menotti & Fabiano. Outras ótimas canções podem ser destacadas, como “Ah, Que Deus é Esse!”, dos bons, Zé Henrique & Gabriel e "Pitangueira" de Monique Kessous, e o belo poema “Ordem Natural das Coisas” declamado por Rodrigo Sater.

O título ainda inclui sucessos como, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano, Leonardo,Tânia Mara, Zé Geraldo, The Originals, entre outros. E por fim não poderia deixar de destacar – para mim -, a faixa preferida do disco. “Jeito do Mato” na voz da talentosa Paula Fernandes, toca o intimo da alma, nostalgia pura, texto apurado, poesia cantante que remete a momentos de reflexão. “De onde é que vem esses olhos tão tristes? Vem da campina onde o sol se deita.Do regalo de terra que teu dorso ajeita. E dorme serena, no sereno e sonha... Do mato, do medo, da perda tristonha. Mas, que o sol resgata, arde e deleita....”, não é lindo se ler? Ainda mais belo de se ouvir!




OBS: Chegando ao fim de mais um post, para ver as letras da música basta clicar na letra logo abaixo!


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22 de maio de 2009

Esse título quem cria... É você



De joelhos diante de ti! Oh sim belíssia FLOR...

Permita-me contemplar a ti caído e -completamente - entregue a seus pés, todo o altivo vigor, que jamais conheceu rendição, adorando e amando de coração a escravidão que é viver do seu amor. Oh cala-te por Deus minha FLOR, pois não poderei muito tempo resistir, muito tempo sem sentir, o tão nunca sentido afã!


PS: Mas que POST esse em? Levante a mão quem pensou, mas que texto mais pai....A falta do que escrever é dose viu, faz a gente buscar qualquer coisa para postar aqui! Digamos que o escrito só serviu para testar esse novo recurso que usarei aqui no blog, todos concordam né esse lance de escrever texto louco é uma coisa totalmente ensaiada. FUIIIIII

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The Birthday Massacre: Uma mistura de horror e fantasia em sintonia única




Pense em um “barulhinho bom”, não uma melodia qualquer, mas uma sonoridade capaz de mesclar guitarras pesadas e elementos eletrônicos que referenciam os anos 80. Essa não é meramente uma impressão inicial, mas pode ser utilizada como uma introdução para o trabalho da banda The Birthday Massacre, pela habilidade como é inserido nos acordes cada um dos elementos musicais, credenciando a obra como uma verdadeira amostra de inventabilidade artística. Surpreendente... Esse é apenas um plano de fundo para a montagem do verdadeiro cenário, em que prevalece uma mistura bem condensada de terror, com uma boa dose de fantasia, tudo dentro de um verdadeiro espetáculo de imagens e poesia, refletido em torno dos vocais sussurrantes e suaves.

Pouco conhecido no cenário brasileiro de bandas internacionais, o grupo canadense é uma das bandas mais difíceis de ser definida, mediante a proposta de seu estilo musical; repleta de particularidades, a banda composta por Chibi (vocalista), Rainbow (guitarra), M. Falcore (guitarra), O.E. (bateria), Owen (teclado) e Rhim (bateria) é apontada pela crítica como uma das mais inovadoras da atualidade. O título pode ser atestado através de sua obra completa, composta por seis discos, começando pelos independentes ‘’Nothing and Nowhere (2002)’’ e ‘’Violet (2004)’‘, sendo que esse segundo foi relançado no ano seguinte sofrendo total remasterização. Para se consolidar no mercado, veio “Walking with Strangers (2007)”, que é considerado o álbum mais promissor da banda e fechando a discografia com o recente “Looking Glass (2008)”.

Em cada um dos álbuns é possível notar um estilo de música industrial onde os teclados e sintetizadores são os instrumentos predominantes. A melodia trafega por uma linha bem suave, repleto de toques harmoniosos, com vazão a uma realidade fantasiosa repleta de magia e encanto. Uma característica atrativa é a temática gótica, bem ao estilo anos 80, mas com uma particularidade diferencial, os vocais não se desenvolvem dentro de uma perspectiva "sombria", mas sim de uma forma mais alegre, bem ao estilo "garotinha", embora, em algumas oportunidades, a vocalista engrossa a voz para estabelecer uma caracterização mais urrada.


Agora, basta escolher algum dos discos lançados e se deixar levar por todo um conjunto liderado pelos sintetizadores, uma vasta mistura, que pode conter diversos resultados, tudo pode acontecer, pois muito além de melodia e letra... The Birthday Massacre é uma verdadeira Alquimia Musical.

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Choque de geração: Cassete e MP3


A fusão entre dois equipamentos musicais do passado

O assunto desse pôster já nem é tão novo assim, foi bastante veiculado pela mídia e blogs na NET. Então me antecipo a pedir desculpa por minha redundância, mas não poderia deixar de destacar essa verdadeira amostra entrópica de tecnologia que tanto me fascina. MP3 player é uma tecnologia que há anos vem invadindo todos os ambientes, nas mais diferentes partes do mundo. Há reprodutores para todos os gostos, são variados tipos de modelo, tamanho e espaço interno para armazenamento de arquivos. Depois dessa verdadeira invasão, quem poderia imaginar que surgiria um reprodutor envolto de uma grande particularidade, esse é o “Rome MP3”, a proposta de um tocador de MP3 em formato de fita cassete, que inclusive funciona como a mesma, basta inserir em qualquer tocador. Dá pra imaginar algo mais original?
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Em um aspecto o Rome contraria a evolução do design, que estimula o surgimento de utensílios cada vez mais compactos, para facilitar o transporte e a prática de atividades esportiva. Mas esse não é meramente um MP3 com complexo de cassete, sua envergadura antiga e de certa forma antiquada, torna-o um novíssimo apetrecho, que se concentra na aposta por atingir um público mais “alternativo”. Isso pelo seu conjunto de caracterizações, uma alusão repleta de nostalgia, uma proposta concreta do que é moderno com uma concepção retro, bem ao estilo anos 80. É ideal também ser adquirido por aqueles que querem fugir do modismo e não aderir ao tradicional iPod.

O Romer apresenta as mesmas funções que um walkman convencional. Esse é um player com saída pra fones de ouvido e tudo mais. O armazenamento de arquivos é feito através da memória flash de 32 MB – sendo que o aparelho é expansivo para até 64MB e pode oferecer até seis horas corridas de reprodução musical. Imagino até a sensação de utilizá-lo, quem sabe nele até o som é característico, aquele chiado no fundo altamente retro. Chegaria até a lembrar aquelas fitas de adaptação para CD Player, até porque aparentemente, o principio de produção é basicamente o mesmo.

O preço do equipamento está estimado em U$$ 249,45 e pode ser comprado no endereço abaixo. Agora chegamos ao fim da seção TéquinÓLÓgia, até breve com alguma outra entropia tecnologia.
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21 de maio de 2009

Trilha Macabra: Momento de terror


Existe algo mais tedioso e enfadonho que passar uma noite de sábado em casa?
Diria até, principalmente quando as atrações são programas do calibre de Zorra Total e Altas Horas. Quando não a jeito para sair e o remédio é mesmo ficar em casa, seria interessante preencher o tempo com alguma atividade mais criativa, pelo menos para tentar passar melhor o tempo. Particularmente gosto de juntar a galera e contar histórias de TERROR, escolhendo um ambiente perfeito, cercado por um clima de suspense, iluminação precária bem ao estilo luz de vela e completando com uma narrativa bem elaborada com um bom trabalho de interpretação por parte do contador. Também não deve faltar uma descrição aliada aquele delicioso e pavoroso clima de medo, completamente gradatido, logo até a última pessoa vai "curtindo o barato". Aliados todos de preferência em forma de circulo, tremendo diante dessa volúpia que são as trevas, nessa essência estranha do que é a morte e natural e abstrata cinzas do medo... AGORA CHEGA! Nem precisa mais dizer como isso termina né? No fim, eis que um “engraçadinho” qualquer ressurgi do além túmulo e prega um baita, ou melhor, o maior susto em todos! Sempre tem aqueles que não aprovam muito esse tipo de história, ao menos, eles tem de se render, o modo como ela termina é bastante engraçado, o medo - ou quer dizer -, as gargalhadas se alternam e o ambiente antes aborrecivel e certo ponto indigesto, passa a tomar forma de um novo cenário completamente hilário, mas sem perder o belo gostinho ASSUSTADOR. UHUUUHHUUHUUHUHUUUH




E para apimentar um pouco mais esse clima de horror e criar o cenário perfeito para encarar a morte e visitar o inferno com toda sua corja de bruxas, zumbis, demônios e mortos vivos , que tal uma lista musical perfeita, uma seleção criada, no mais alto e rigoroso moldes padrões e estéticos... Bom, acho que todo mundo entendeu não é? Resumindo são canções sinistras para, claro e obviamente, uma data – ou momento –, deixa eu falar baixo, sinistrooooo.




PS: Finjam que não leram isso, mas a seleção não foi selecionada por mim – com o perdão da redundância -, encontrei na net há alguns meses e salvei, juro que não recordo de onde a recortei para dar os devidos créditos. Agora basta viajar, nesse lindo universo de Lobisomens, vampiros, fantasmas e psicopatas, todos unidos contra você, para lhe aprisionar no interior dessa a trilha sonora – acho que essa ficou paia. Clique no título de cada música para ouvir pelo You Tube e ao lado do título para ver a letra!

"I Was a Teenage Werewolf", The Cramps (LETRA)


Quem encabeça a lista é o recém-falecido Lux Interior (vocal) e sua mulher, Poison Ivy (guitarra), líderes do Cramps. Essa é uma forma de tributo a esses grandes fãs dos filmes de terror baratos produzidos nos anos 1950. Tanto que fizeram várias músicas baseadas nessas produções. Uma das melhores é "I Was a Teenage Werewolf", destaque do primeiro álbum do grupo. A letra trata das dificuldades de um lobisomem adolescente para arranjar uma namorada. Só fica uma pontinha de frustração, o terror aqui é para rir, não assustar. Tem problema não, alegria combina com tudo nessa vidaaaaaaaa!


"The Number of the Beast", Iron Maiden (LETRA)


Essa eu recomendo, pefeita! Apesar de não ser um grande Fã do Iron, o refrão "Six six six, the number of the beast / six six six, the one for you and me" ("meia meia meia, o número da besta / meia meia meia, aquele para mim e para você") é espetacular e um dos mais famosos não apenas do Iron Maiden, mas de todo o rock. A letra, como já deu para perceber, descreve a chegada do Anticristo à Terra: "I'm coming back, I will return / And I'll possess your body and I'll make you burn" (a ameaça em português é assim: "Eu estou voltando, vou retornar / E vou possuir seu corpo e fazê-lo queimar").

"Helter Skelter", The Beatles (LETRA)


Conheçam agora a minha favorita! A faixa, presente no álbum branco do quarteto de Liverpool, está longe de ser um dos maiores sucessos dos Beatles. Mas é, sem dúvida, a canção mais violenta que a banda já gravou. Tanto que, diz a lenda, serviu de inspiração para o maníaco Charles Mason assassinar a atriz Sharon Tate, então grávida de oito meses, e outras quatro pessoas num ritual satânico. Para quem acha que os Beatles fizeram apenas canções doces e românticas como "I Wanna Hold Your Hand", "Helter Skelter" é um soco no estômago. E Viva os Beatles!

"Thriller", Michael Jackson (LETRA)


Acho que Thriller não poderia faltar em uma proposta como essa. Reza a lenda que houve uma época em que Michael Jackson tentava assustar com suas músicas e clipes, e não com o excesso de plásticas como faz hoje. A música "Thriller", intitula seu disco de maior sucesso. O clipe da canção foi lançado em 1984 e, na época, era então o mais caro vídeo de todos os tempos. Michael virava um lobisomem e era acompanhado por um exército de zumbis dançarinos. Atualmente, isso pode não colocar medo em mais ninguém, mas que marcou época, ah isso marcou.

"Dead Babies", Alice Cooper (LETRA)


A Tia Alice ficou conhecida no início dos anos 1970, por seus shows cheios de sangue cenográfico, guilhotinas falsas e enforcamentos de mentirinha. O auge desse estilo macabro e que consolidou Alice Cooper foi o álbum Killer, de 1971. Há músicas sobre condenados no corredor da morte e motoristas psicopatas, entre outras. Mas o ponto alto é "Dead Babies", que trata de um tema, digamos um tanto quanto singelo: bebês mortos. Para tornar tudo ainda mais sinistro, há vozes de crianças chorando ao fundo. Ai que medôôô

"Sympathy for the Devil", Rolling Stones (LETRA)


Mick Jagger e companhia já eram conhecidos por sua ousadia musical. Nessa música de 1968, eles realmente se superaram, tanto na música como na letra. Ao som de batuques -diz a lenda, inspirados numa visita a um terreiro de candomblé feita durante uma viagem ao Brasil, só podia -, conta a história de demônio que é um "homem de riqueza e bom gosto" ("a man of wealth and taste"), que "roubou a alma e a fé de muitos homens" e ainda foi o responsável pelo lavar de mãos de Pilatos, a morte da família real russa e o assassinato dos Kennedys. Se os Stones queriam consolidar a fama de bad boys,não há dúvida, conseguiram!

"Black Sabbath", Black Sabbath (LETRA)


Uma das bandas mais macabra de todos os tempos não poderia ficar de fora dessa lista. Essa é a música que abre o álbum de estréia do grupo, lançado em 1969. Barulhos de chuva, ventos e sinos criam o clima para a letra que descreve em detalhes o inferno. "Satan sitting there, he's smiling / Watches those flames get higher and higher / Oh no, please God help me!" (traduzindo: "Satã está sentando, sorrindo / Olhando as chamas ficarem maiores e maiores / Oh não, Deus me ajude!"). Quem diria que, um dia, o autor dessa letra, Ozzy Osbourne, viraria estrela de um reality show... E eu que pensei que já vi tudo nessa vida, em?

"Me and the Devil Blues", Robert Johnson (LETRA)


Vamos recordar outra lenda, que diz que o bluesman Robert Johnson vendeu a alma ao diabo numa encruzilhada, em troca de dinheiro, fama e sucesso – não necessariamente nessa ordem. Se a história é verdadeira ou não, nunca vamos saber - mas não é que o homem fez uma música sobre o assunto? "Early this morning, when you knocked upon my door / I said 'hello Satan, I believe it's time to go", conta a letra (traduzindo: "Hoje cedo, quando você bateu à minha porta / Eu disse 'oi Satã, acho que é hora de ir"). Johnson morreu em 1938, com apenas 27 anos, depois de beber uísque envenenado. Isso é Assustador...


"Romance de uma Caveira", Alvarenga e Ranchinho (LETRAS)


Parem as máquinas porque esse é um importante momento, isso mesmo nós temos um representante Brasileiro na lista. Bem verdade é que o Brasil pode não ter muita tradição em músicas sobre mortos, monstros, lobisomens e afins, mas alguém haveria de contrariar essa escrita e quem diria, isso aconteceu na década de 30. A dupla sertaneja Alvarenga e Ranchinho, tem um clássico do tema. É a canção "Romance de uma Caveira". Vejam só a letra e se deliciem: "Eram duas caveiras que se amavam / E à meia-noite se encontravam / Pelo cemitério os dois passeavam / E juras de amor então trocavam". É tão tosco que chega a ser GENIAL.

"Bela Lugosi's Dead", Bauhaus (LETRAS)


E para encerrar nada melhor que o primeiro single da primeira das bandas góticas, "Bela Lugosi's Dead" alguém discorda que já mereceria um lugar entre as dez canções mais macabras da história. O Bela Lugosi do título é o ator que interpretou o papel título do filme "Drácula", de 1931. "The bats have left the bell tower / The victims have been bled / Red velvet line the black box / Bela Lugosi's dead" ("Os morcegos deixaram a torre do sino / As vítimas já sangraram / Veludo vermelho demarca a caixa preta / Bela Lugosi está morto"), diz a atmosférica letra, sob um fundo sonoro cheio de guitarras distorcidas. Essa eu recomendo!

Agora VOCÊS já estão todos condenados - Ah e antes que esqueça está aberta a seção ♪Alquimía Musical♪



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20 de maio de 2009

Nós heróis...Somos assim mesmos!


SeNTia qUe Lá VeM a EsTÓRRRia

Nesse cemitério abandonado, cercado por neblina em todos os lados, é possível que uma meia dúzia de pessoas quaisquer que ainda visitem esse espaço, onde até as aranhas já foram embora, mas fizeram questão de deixar as suas teias como presentes, RS, tenham visto a expressão que finaliza o meu perfil aqui no mausoléu, “Nós heróis somos assim mesmo” , se é que dá pra enxergar alguma coisa em meio a toda essa poeira. Certamente se alguma viva alma viu e se pôs a ler, perguntou-se pelo significado, até então, é um mistério...Mistério esse que logo será revelado, tudo faz parte de uma “doce historrinha” que todos irão entender, só que ainda não é a hora. Antes se fazem necessários outros esclarecimentos. O que vem a seguir é o primeiro texto para a seção “SeNTia qUe Lá VeM a EsTÓRRRia”, mais do que isso, o causo que verão a seguir é importante marco, por abrir a porteira para outros textos inéditos que pretendo compor para o blog. Então nessa hora bate aquele frisson, caracterizado até por algo batizado como “heurística do medo”, afinal trata-se do princípio. Não esperem nada capaz de desencadear uma verdadeira hipertrofia intelectual, seria esse um pilar utópico, nesse que é uma amostra paradoxal que se faz maravilhosamente ambígua. Agora chega de devaneios tolos, é hora de conhecerem mais uma de minhas desventuras reacionárias...O que será que significa isso? Dividindo a rede, sentem todos logo, pois já vem a história!


Nós heróis...Somos assim mesmos!



Caminhar, caminhar e simplesmente caminhar, existe algo tão relaxante e que estimule tanto, momentos de prazer e reflexão? Essa é uma de minhas atividades diárias prediletas, além de propiciar maravilhas, faz bem para a saúde, ajudando a impedir a proliferação de gorduras indesejáveis e conseqüentemente o constante aumento de peso. Mas, não foi para abordar esse assunto que me propus a descrever esse causo. Nossa história começa em uma rua da quente e pacata capital sergipana, onde fica o Colégio CCPA – escola tradicional de cidade -, e lá estava eu, suado, lutando para manter a forma ou se preferir pra não ficar ainda mais distante dela.

Parecia mais um dia comum, carros indo e vindo por todas as direções, transeuntes de um lado a outro. Faltava pouco para finalizar o meu percurso, foi daí que o cenário corriqueiro veio dando lugar a uma condição incomum e totalmente inesperada. Aquela altura já cadenciava o ritmo, poupando um pouco de energia, ainda lembro do trajeto ao som de “No way out” da fodástica Starship. Apesar de estar “nas nuvens” pelo vocal da banda – relaxem também não estamos aqui pra falar de música -, o que naquela altura realmente me chamava a atenção era uma garota que acabara de cruzar pelos portões da escola, seguindo cerca de 30 m a minha frente. Pelas características do uniforme estava no treino de alguma modalidade física, tenho quase certeza, minha intuição dizia, era vôlei. Diferente de mim, essa sim caminhava em um ritmo bastante frenético, apesar da baixa estatura sua passada era larga. Todo o conjunto da obra me chamou atenção, chegando a me fazer andar mais velozmente para acompanhar seus passos – incrível como subitamente recuperei as energias. Com o esforço, imprimi uma condição mais alta que a garota, lentamente me aproximava, isso gradativamente tornava nossa distância menor e garantia mais tempo para poder admirar melhor a paisagem em volta e que paisagem, hem?

Vamos logo a garota, não era muito alta como disse anteriormente, cerca de 1.62, talvez algo em torno de 18 anos, um corpo bem torneado, com as virtudes muito bem distribuídas diante dos seus aproximadamente 52 quilos. As pernas e que pernas... Denunciava toda sua saúde, bem modeladas e cilindricamente perfeitas. Seus cabelos pretos na altura do ombro davam mais vida a sua beleza, apesar da moçinha estar de costas, devia ser linda, estava muito curioso quanto às feições do rosto, angelicais bem ao estilo garotinha? Quem sabe traços mais fortes tipo “mulher cabra da peste” ou a última alternativa, garota fatal. As demais opções, para ser honesto eu meio que descartava.

Logo acabou “O mundo maravilhoso”. Depois de percorrer toda a rua do colégio, já era possível avistar a calçada que dava acesso ao supermercado local. A menina, aquela altura, estava no máximo a uns 10 metros à frente, foi quando tomamos rumos diferentes. A loja possuía um atalho que levaria ao outro lado já na avenida, enquanto tomei esse caminho, a garota seguiu em linha reta, lembro até de ter lamentado pela então ausência de sua beleza naquele trecho, sendo impossível prever que direção iria tomar, ao fim dessa rua por onde seguiu, havia um sinal de trânsito e pelo menos três outras caminhos distintos.

É nesse ponto que realmente inicia a EsTÓRRRia, sendo a partir dessa deixa que entenderão porque nós heróis somos assim mesmos! Bom, depois de ver a garrotinha sumir além do alcance, feito miragem no deserto, voltei a me concentrar na atividade, ainda ao som de Starship. Não demorou muito e já havia esquecido, era mais uma moça bonita que por segundos cruzara meu caminho, daqui a instantes possivelmente nem me recordaria do fato, inclusive já vislumbrava no interior de minha consciência infame qual seria a próxima musa inspiradora de minhas desventuras pela capital....

- Moço, por favor me ajude, aqueles garotos estão atrás de mim, moço!

Lembro ter ouvido isso, mas o que realmente me assustou foram os gritos misturados ao som de passos acelerados, vindo muito rápido em minha direção, mesmo estando de costas veio a súbida sensação que algo se chocaria contra mim. Minha reação foi instantânea e também previsível, quase dei um pulo, virando-me para traz até com certa destreza. O primeiro passo foi puxar meu coração de volta, que a essa altura já passava pela goela. Com o rápido movimento, os fones no ouvido se soltaram, ficando pendurados sob a camisa , lá estava ela ao meu lado, aquela doce jovem que admirava a pouco.

“Moço, aqueles caras estão me perseguindo, me ajuda por favor”, bravejava a jovem muito nervosa. Olhei mais a frente, logo foi possível avistar três caras que pareciam vir em nossa direção. Ouvi um deles dizer, “Vamos nessa porra, sujÔÔÔ”. Ficamos olhando, parados a observar o grupo correndo. Quanto mais distantes ficavam, respirávamos mais aliviados. Estavam bem longe, praticamente engolidos pelo horizonte, a garota me olhou, e com a fala mansa praticamente murmurou em meus ouvidos, “obrigada moço, você me salvou daqueles marginais, não sei o que faria se me alcançassem”, disse com uma feição feliz, mas marcada pelo medo ainda estampado no rosto, denunciado pelo planto que escorria por toda a face. Em mim emanou um sentimento, a condição de força e coragem maior, olhava-a com carinho, certa ternura, como se dissesse não tema minha jovem, porque estou aqui, “nós heróis somos assim mesmo!”, foi a única resposta. Ainda a acompanhei até em casa, ficava a uns dois quarteirões dali.

Enquanto caminhava com a garota, passavam algumas coisas pela minha mente. Cheguei a me identificar com um personagem criado por mim próprio diante de mais uma de minhas interplanetárias e mirabolantes viagens cerebrais. Começando pelo tema Heroísmo, que desperta muito minha atenção, sobretudo quando é apontada uma vertente de anti ou falso herói ou simplesmente um paladino ao acaso, um ser que se esconde atrás de uma mentira ou uma verdade distorcida, provocado por alguma eventualidade qualquer, tudo isso me encanta profundamente. Impossível então não reportar uma inspiração que brotou há alguns anos, um romance que traçasse uma história decorrente no período da ditadura, época onde se destacam grandes heróis, mitos verdadeiros na luta pelos ideais de liberdade igualitária.

É nesse período que construiria o cenário perfeito para minha obra, apresentando um “valente” não necessariamente preocupado com os ideais de justiça, tão pouco defensor de pobres, fracos e oprimidos, mas um herói sim, forjado por uma amostra de ocasionalidade do destino. Em resumo, a trama é simples, a complexidade se existir fica nas entrelinhas atreladas as particularidades. Caso existisse, o livro contaria a história de um jovem, que se apaixona por uma bela morena de cabelos cacheados e pernas grossas. É quando descobre que a mesma faz parte de um grupo estudantil a fim de organizar protesto contra o regime ditatorial e todo o poder militarista exercido sobre a sociedade. Só existia uma única forma de conquistá-la, o rapaz se insere no movimento, apesar de nunca se interessar ou menos ainda comungar de tal ideologia, sua opção política se caracterizava bem pelo desinteresse ao mesmo.

O jovem se torna um “herói” diante do primeiro protesto que participa, quando o grupo sofre uma emboscada policial e apenas ele não é preso justamente por fugir do confronto direto com os policiais. Aquela altura, já nem temia mais os militares,mas aos outros grupos que iriam atrás dele para puni-lo, enquanto desertor que abandonou seus companheiros. É nesse fio tênue que a trama se desenrola, pois ele é sim encontrado pelos estudantes, só que ao invés de castigá-lo, se vê acolhido pela milícia protestante, que lhe atribuiu título de herói pela sua representatividade, o único remanescente entre os seus, que estavam presos injustamente por lutar por um Brasil melhor. O jovem então se vê nas garras dessa mentira fantasiosa, uma realidade alternativa e se vê obrigado a manter essa farsa, unindo-se aos outros grupos para resgatar seus amigos comparsas e sua amada morena de pernas grossas e cabelos cacheados.

Bom, está aí em primeira mão à idéia do meu livro, que nem Deus ou o diabo sabem se um dia será escrito, então voltando ao verdadeiro fato. Eu acompanhei a garota – como disse anteriormente –, até a porta do prédio onde morava. Falamos muito pouco durante o caminho, estava bastante pensativo. No fim ela me agradeceu muito, pensava mesmo que eu a salvei, por isso citei a idéia do livro como exemplo aqui no blog, de como meio na base do por acaso, eu tomei forma de uma figura heróica, pelo menos perante aquela doce criatura. Tenho plena consciência que não a salvei, para ela apenas minha presença foi o possível para conter o ímpeto maldoso e impedir que se concretizasse, sabe lá qual maldade planejada.


E de fato existe um fundo de razão nisso, pois se não estivesse ali eles não recuariam tão fácil, apesar de que nunca será possível saber se a perseguiriam até o fim. Tenho de ser honesto, ao menos comigo próprio, quando os avistei, caso não recuassem, iria pôr-me a correr desesperadamente para me esconder debaixo da cama – Deus que maldito herói eu sou? -, enquanto estariam fazendo sabe lá o que com aquela doce e linda garota. “Ah antes que esqueça, meu nome é Amanda moço”, essa foi a última palavra que me disse, acompanhada por um sorriso que nunca ousarei esquecer. O fato real é que, é discutível até se a salvei ou não, fica a cargo da interpretação alheia, o que todos devem concordar, não seria eu que deveria estar ali para conter a maldade daqueles, não se pode esquecer, existe no fundo um problema social diante disso tudo.

Quanto a pequena Amanda, não tive coragem de expor a realidade dos fatos, talvez até desconfiasse em seu íntimo,que provavelmente não a protegeria dos canalhas uma vez que avançassem. A mentira, atribuo a condição insana da vaidade, uma fogueira que não queria ver manchada ou apagada e quem sabe também para não ferir o auto-ego, afinal perante a jovem era um herói. Prefiro ainda acreditar que não seria justo por fim a sua ilusão, simplesmente pelo seu sorriso, parecia uma princesa com a fantasia de ter sido salva pelo seu andante cavaleiro encantado. No fundo acho que não existem paladinos e príncipes encantados,mas nem imaginam como era lindo de se ver aquele sorriso, não por suas belas feições, mas pela riqueza de gratidão e humildade ali contida. Querida Amanda, gostaria de dizer, nós heróis – se não – somos – naquele momento fomos – assim mesmo, só um tanto insignificantes, em meio à pureza daquele sorriso.

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19 de maio de 2009

Carandiru: A comunidade desconhecida no Brasil

Na última noite (18/05) estive revendo “Carandiru”, esse importante ícone do cinema e que com certeza será um forte candidato a receber o título de clássico entre as recentes produções nacionais. Primeiro o relacionando a “Cidade de Deus”, embora sejam duas produções de gênero e temática parecidos, ambos foram construídos numa ótica pouco semelhante.

O primeiro retrata a violência da favela, mas exibindo em sua narrativa, maravilhas encontradas somente no local. Enquanto “Carandiru”, mais do que retrata, prima pelo esclarecimento dos mistérios que rondam um presídio. Devido a uma carência da sociedade em conhecimento quanto à rotina vivida no local, rotina essa que é ainda muito comenta, mas que comprovada a veracidade pouco se sabe ao certo. Nasce assim “Carandiru”, uma proposta em narrar à vida dos detentos no maior presídio da América Latina.
Baseado no livro “Estação Carandiru”, de Drauzio Verella, a produção é dirigida pelo cineasta Hector Babenco, tendo seu roteiro escrito pelo mesmo, em parceria com Victor Navas e Fernando Bonassi. O fio tênue decorre sob o ponto de vista de um médico, que ao longo de doze anos, visita semanalmente a Casa de Detenção, contendo a epidemia de AIDS - no presídio -, e incentivando a autopreservação. A produção segue com muitas histórias, centradas no exercício de suas funções médicas, um relato cansativo que chega a ocupar metade do filme, driblando o contratempo, é mantido um direcionamento, proporcionando sempre elegia a liberdade, como mostra a cena do balão, protagonizada pela personagem incorporada pelo ator Milton Gonçalves.

E assim, o longa metragem abre espaço para a “diversão”. Com nosso país protagonizado por toda sua corja de bandidos, assassinos, estupradores, covardes e ladrões. Cada personagem delimita o perfil de vários grupos de detentos que integraram toda aquela comunidade. Desvalidos, incapazes de ver “a luz no fim do túnel”, luz essa que talvez já não exista mais. Há, também, aqueles condenados que reconhecem o perigo, de no dia seguinte, não poderem se fazer presentes, para contar sua história. A sombra da morte está intrínseca, e o perseguem a todo tempo.

No fim, a convivência explícita em “Carandiru”, transparece que na comunidade ninguém está contente, ali já não há culpados, tão pouco inocentes. Existem seres humanos, que provavelmente nunca tiveram chance de imprimir seus pensamentos, direcionados à sociedade hipócrita que os cercam. Uma detenção onde não se vive para acreditar em “Deus”, mas sim nele acreditam, na esperança frustradas de poder viver.

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