31 de outubro de 2009

Aberta maior exposição sobre Miles Davis

Alguém já deve ter ouvido falar de um fenômeno musical chamado Miles Davis? E se soubessem que desde esse mês de outubro, está senso realizada uma minuciosa exposição sobre o trompetista americano. Realizada pela Cidade da Música do Parque de la Villette, em Paris, a amostra reúne desde instrumentos musicais, partituras originais, fotos e áudios, até filmes inéditos, vídeos de shows, documentos e inclusive roupas de um dos principais ícones do jazz em todos os tempos.

A demonstração batizada como We Want Miles (“Queremos Miles”, em tradução literal), presta elegia a um disco ao vivo de mesmo nome lançado pelo artista em 1981. Essa é a maior exposição já realizada sobre a vida e a carreira do músico, de acordo com a Cidade da Música de Paris.

Segundo Vicent Bessières, curador da exposição sobre Milles Davis, os Estados Unidos não tem o hábito de celebrar os músicos, e também não possui, “uma cultura em relação ao jazz que os leva a celebrar essa música com o justo valor que ela merece", atesta.

Inclusive, essa mostra coincidentemente é realizada no aniversário de 60 anos da primeira apresentação de Miles na França, na sala de concertos Pleyel.

Sobre a We Want Miles

A proposta inicial é traçar a vida e a carreira do músico, desde sua infância, em East Sant Louis, nos Estados Unidos, até o seu últmimo ato, o show em La Villette, em Paris, pouco antes de sua morte, em 28 de setembro de 1991, aos 65 anos.

O curador conta ter concretizado uma verdadeira "caça ao tesouro" para reunir todos os inúmeros objetos apresentados na exposição. Graças a colaboração da família do artista, Bessières conseguiu ter acesso a inúmeros documentos e objetos do trompetista e entrar também em contato com músicos ligados a Davis, que colaboraram emprestando instrumentos e outros objetos.

"Os herdeiros permitiram que eu vasculhasse caixas contendo documentos que nunca haviam sido abertas. Eles permitiram até o acesso ao cofre de um banco em Nova York onde estavam guardados os trompetes", diz o curador.

O evento desenrola a obra e a vida de Miles Davis em uma abordagem de forma cronológica. A primeira parte, mais acústica, contém cenografia em preto e branco, mostrando o início de sua carreira, enquanto a segunda, se utiliza de um visual mais colorido para mostrar a grande virada, precisamente em 1968, quando ele se torna uma estrela do jazz mundial. Miles inda incorpora os ritmos elétricos, com inspiração no rock e em Jimi Hendrix, e lança o jazz-rock e discos com capas psicodélicas.

Um passeio pela música

Além de inúmeras fotos e vídeos, a música, obviamente, está amplamente inserida nas entrelinhas durante cada percurso da mostra.

A Cité de la Musique criou "salas acústicas" que exibem canções emblemáticas de cada momento de sua jornada artística. O visitante pode conectar um fone de ouvido em diferentes pontos da exposição e ter acesso a discos na integra.

Alguns espaços também retratam o clima dos grandes shows, exibindo sons ao vivo das apresentações. Sem esquecer as várias obras de arte, como quadros e esculturas que pertenceram a Miles Davis, também ganham espaço na mostra.

We Want Miles fica em cartaz até o dia 17 de janeiro do ano que vem.

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Um misto de todas as coisas

Um misto de todas as coisas

Nesse conjunto de incertezas
A paz de um beijo seu,
Centrada na dor desse desengano!
O amor que brotou em vida
Sentimento que já não é mais amor
Alegria que deu lugar a dor
Agonia de uma vida que não te quis para mim!

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30 de outubro de 2009

O Delírio e a Imaginação de um Cavaleiro Andante

Às vezes, a vida de uma pessoa pode mudar. Como em outras ocasiões também, quem muda é o próprio indivíduo. Mas, quando as duas coisas ocorrem ao mesmo tempo, sem acompanhar precedentes, significa que você faz parte do fantasioso mundo criado por Miguel de Cervantes, o fantástico Dom Quixote de La Mancha.

Escrito no Séc. XVII, o livro até hoje é considerado uma das maiores obras literárias de todos os tempos. Composta por 126 capítulos, a história é narrada na mais fina prosa castelhana, com a figura de Dom Quixote sendo descrita em ritmo dos romances de cavalaria, repleto de tramas fantasiosas que retratam os preceitos que regem esses heróis de fancaria. Abordando sempre preceitos como amizade, sabedoria, encantamentos, loucuras, enternecimento e claro, o que não podia faltar, muita diversão.O início da história é até certo ponto simplório. Começa por um estranho e contraditório perfil de cavaleiro andante, que perdendo a noção da realidade, embarca acompanhado por Sancho Pança – seu fiel escudeiro – rumo a uma aventura de sonhos, percorrendo várias terras durante longas caminhadas pela Espanha em busca de feitos heróicos. A partir dessa premissa é que - aos poucos -, são apresentadas as maravilhas da obra. Dentro de uma época em que os livros de cavalaria eram um gênero literário muito popular, sempre narrando histórias fantasiosas, com personagens de boa índole que dedicavam sua vida a proteger fracos e oprimidos das inúmeras situações de perigo, na luta constante para que prevaleçam ideais como paz, amor e principalmente justiça.

Dom Quixote e Sancho Pança: A Busca do Eu no Outro

Uma vez criado a partir dessas personagens dos romances de cavalaria, Dom Quixote não se resume a uma grande amalgamação dessas histórias, isso por conservar características como originalidade e particularidade no que diz respeito as suas ações. A personagem de Cervantes, tanto gostava de ler esses livros que absorveu todo seu conteúdo para dentro da sua própria vida, enlouquecendo a ponto de encarnar os seus heróis e lutar contra seus inimigos destemidos. Assim nascia a lenda de Dom Quixote, também conhecido como o Cavaleiro da Triste Figura.

Antes de incorporar a lendária figura de Quixote, a identidade real da personagem era de um homem nobre que se chamava Alonso Quijano, que além da influência dos livros de cavalaria, outro motivo que o fez se lançar no mundo foram suas devoções a esses ideais. Vestindo uma antiga armadura e apelidando um cavalo velho de Rocinante, não apenas representa uma ridicularização aos romances de cavalaria, assim como o lado espiritual do homem, sua essência naturalmente humana e sem esquecer o valor contido em seus sonhos.A princípio, as aventuras do antes nobre e agora enlouquecido cavaleiro, não eram o bastante para tornar suas aventuras tão maravilhosas em proezas. Para constituir gradativamente o seu legado, como acontecia na literatura com os homens da cavalaria, entrava em cena a sua imaginação delirante, que lhe permitia que fossem feitos alguns ajustes na realidade, que constantemente se misturava a sua imaginação extraordinária, estabelecendo novas adequações à criação desse novo “real”. Em sua jornada, monges inofensivos eram tratados como perigosos feiticeiros, lutava contra moinhos de ventos como se fossem gigantes malfeitores. E paralelo a todo esse mundo de ilusão, o cavaleiro tinha uma única certeza, apenas ele poderia derrotar todo esse mal que se alastrava e assim trazer paz e justiça para a Espanha.

Agora, uma coisa parece está faltando. Baseado em uma perspectiva que gira em torno de uma sensação de perda, precisamente um imenso vazio. Todo herói que se preze, necessita de um motivo a mais para lutar, algo que lhe sirva como uma espécie de inspiração, a inesgotável fonte de energia que só pode provir do poder contido na paixão. A verdade é que nem isso Cervantes deixou passar e com um importante detalhe, tratando-se de alguém como o Cavaleiro da Triste Figura. Esse sentimento, não poderia ser expressado através da personagem de uma dama qualquer e sim de um amor que também se mistura a sua própria imaginação. E então Dom Quixote segue a fantasiar uma dama só sua e ele mesmo a intitulou como Dulcinéia del Tomboso. A jovem nada mais é do que a figura de uma pobre camponesa, mas que ele elegera como a mulher ideal, como uma rainha a quem dedicaria todo o seu amor, as maiores glórias que conquistasse.

Ainda faz parte de seu universo um homem de sua aldeia, o gorducho Sancho Pança, um lavrador que Dom Quixote teve a felicidade de encontrar e lhe promover como seu fiel escudeiro. Sancho tem um papel de primazia no desenrolar da trama, cheio de responsabilidades e preocupações, vivia em um mundo totalmente oposto ao de seu cavaleiro. Inclusive, a forte amizade cultivada por ambos, até pode ser considerada como uma das manifestações mais importantes no aspecto entre “pessoas diferentes” uma vez já descritas na literatura.A relação do cavaleiro andante e seu escudeiro não se limitam as suas diferenças dentro do universo da obra. Na história, depois que partem em busca de aventura, a narrativa dá um salto e passa a atuar em dois diferentes planos. Primeiro o imaginário que seria o mundo de Dom Quixote e o plano real que está representado pela visão de Sancho e serve ainda para direcionar o leitor durante a leitura do livro.

Cervantes ficou conhecido como um dos maiores escritores do mundo e esse título, sem dúvidas, foi-lhe conferido pela habilidade incomum para dosar elementos como imaginação e realidade. A alta demonstração de inventabilidade é atestada durante as construções do plano da imaginação que mesmo sem ter recursos como da imagem, o texto é necessariamente preciso ao ponto de manter toda a forma e a dimensão estrutural presente no mundo real. E esse êxito certamente é garantido – e só se faz possível – pelo amor que Dom Quixote dedica aos seus sonhos, que são adotados pelo cavaleiro como uma maneira única de enxergar o mundo.

Dom Quixote por Orson Welles

Como pode, Dom Quixote de Orson Welles? Ainda hoje são muitos aqueles que se fazem essa pergunta. Estão enganados aqueles que imaginam que o cultuado cineasta ressurgiu das cinzas, enganando os caprichos da morte para compor essa obra. O filme faz parte de um antigo e longo trabalho de Welles que realizou a partir de 1957 e que se prolongou por mais de uma década sem que tivesse uma montagem definida.
Todo o material cultivado durante esses anos estava completamente entregue as traças. Estava, a ter ser recolhido por uma equipe dirigida por Jess Franco – amigo e colaborador de Welles – que reuniu todo o material e montou a obra apresentada em 1992 em uma seção de 116 minutos. A obra da produção até certo ponto é simples, o cineasta mergulha no romance de Cervantes através das personagens de Dom Quixote e Sancho Pança que viajam pela Espanha de 1960.



O grande atrativo está no conteúdo e na sutileza do trabalho. A obra de Orson Welles não segue a risca – cena por cena – o romance que o inspirou, no entanto é de uma fidelidade absoluta com as duas personagens de Cervantes, mostrando bem o cavaleiro andante que partiu ao encontro da humanidade e da glória, encarnando o ser humano como algo que beira o ridículo ao sublime, a alegria e a tristeza, o real e o imaginário, todos se alternando de forma peculiarmente brilhante e inesperada.

Mesmo se tratando de uma obra póstuma sem coerência narrativa ou estética, o filme é um apanhado de momentos como diversão e magia, tudo dentro de um denso clima de originalidade. A história é narrada pelo próprio cineasta em OFF, sendo importante salientar que essa não representa em qualquer hipótese a voz autoral de Cervantes. O filme até pode ser definido como um ensaio quixotesco, Akim Tamiroff impressiona ao protagonizar o papel do cavaleiro andante, inclusive fisicamente pelo aspecto alucinado que chega até a beirar o patético. Enquanto Francisco Reiguera também se destaca em um excelente Sancho Pança instintivo e viciado em provérbios e ditos populares, verdadeira âncora para a lunática personalidade de Dom Quixote.A produção pode ser dividida em duas partes. Primeiramente por cenas que não surpreendem, porém são mais fiéis ao romance, apresentando uma sucessão de episódios hilários que até beiram alguns planos assombrosos. Já na segunda etapa, o específico fílmico avança pela Espanha contemporânea adentro, com resultados até surpreendentes, mas bastante desequilibrados. O ponto forte dessas passagens fica atribuído a uma tenebrosa impressão de uma idéia de elevar a figura de Dom Quixote a um mito, um personagem eternizado pelas suas loucuras fantasiosas.As cenas urbanas giram em torno da tradição espanhola, enfatizando as corridas e largadas de touro, procissões religiosas e rebanhos. Tudo isso é distribuído dentro do universo da produção, que até se perde em alguns instantes, uma vez que são bem observados determinados trechos, mas esses momentos são superados com as excelentes interpretações de Reiguera e Tamiroff, assim como as aparições de Welles em algumas cenas, fazendo desse filme imprescindível conjunto para elucidar o sucesso do trabalho publicado por Miguel de Cervantes.

A Psicose do cavaleiro andante, um louco que sabia a validade de seus sonhos

Uma vez eternizada por Miguel de Cervantes, o cineasta Orson Welles recria em seu filme a história de um homem que fantasia ser a real figura de um cavaleiro andante, lutando contra moinhos de ventos como se fossem verdadeiros gigantes. Tendo um ajudante chamado Sancho que, apesar de notar que seu senhorio está completamente maluco, o ajuda em sua jornada de redenção aos seus ideais, para que encontre sua felicidade nos braços da amada Dulcinéia.Esse pequeno texto até poderia servir como um breve resumo da obra de Welles. Em contrapartida, o estereótipo humano de sua criação, gira em torno de experimentos mais ousado, que abrem margem para que sejam discutidos alguns preceitos teóricos que visando à definição de seu perfil humano e psicológico.

Nota-se no filme que a personagem sofre de psicose. A psicose é um estado anormal de funcionamento psíquico. Mesmo não sabendo exatamente como são as patologias psiquiátricas, pode-se imaginar algo semelhante ao compará-las com determinadas experiências pessoais. A tristeza e a alegria assemelham-se à depressão e a mania, a dificuldade de recordar ou de aprender está relacionada à demência e ao retardo, o medo e a ansiedade perante situações corriqueiras têm relações com os transtornos fóbicos e de ansiedade. Percebe-se no filme essa relação entre alegria e a depressão e nota-se a angústia de Dom Quixote, quando ele se vê preso em um carro de boi, o que demonstra que ali ele se depara com uma profunda depressão. Pois naquele momento ele esquece o gosto pela fantasia e se vê em uma desilusão profunda, o que futuramente é alimentado por Sancho, fazendo-o retomar a fantasia.Atribuir à figura de Dom Quixote o título de psicótico até pode ter suas razões fundadas na teoria da Psicologia. É impossível apenas negar que sua patologia jamais deva dissuadir as pessoas de sua principal característica, um homem que sabia o preço dos seus sonhos. Em momento algum, o cavaleiro descrito por Cervantes ou aquele que ganhou vida no trabalho de Welles permitiu que qualquer pessoa o convencesse que não valia à pena acreditar nos sonhos que se tem. E isso por acreditar que os planos acalentados por cada ser humano, por mais contraditórios que possam parecer, às vezes levam o indivíduo a alcançar o seu legado, escrevendo a sua glória quando realmente lhe atribuem o valor devido. A loucura do cavaleiro andante serve como testemunho de que a felicidade se resume a uma doce miragem, uma magia fantasiosa, uma ilusão que as pessoas às vezes não escolhem, mas que esperam viver sempre, ou pelo menos algum dia.

Agora basta mergulhar na personagem de Cervantes e descobrir como ele conseguiu criar um ser fictício, mas que representa a síntese da insatisfação, da fé e da vontade irremovível. Descobrindo a cada linha o que há de mais belo em um ideal desfigurado que incorpora toda a poética nobre e humana dos romances de cavalaria. O começo é simples, basta virar a primeira página e seguir com o Cavaleiro da Triste Figura e seu fiel escudeiro, cavalgando ainda por muitos séculos de aventura nessa ilusória perda da razão.

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29 de outubro de 2009

Premiados no concurso de paisagens britânicas

A premiada foto de Emmanuel Coupe do sol nascendo em Old Man of Storr, primeira colocada em um concurso de melhor fotografia de paisagens de 2009

Após um período de árdua espera, foi divulgada essa semana, os vencedores da - Take a View: Landscape Photographer of the Year Award, uma das principais competições de fotografia de paisagens da Grã-Bretanha.

O prêmio principal é de 20 mil libras esterlinas (mais de R$ 55 mil). As fotos vencedoras além de expostas no fim do ano no National Theatre, em Londres, também serão publicadas em um livro.

As fotografias podiam ser compostas por fotógrafos de qualquer nacionalidade, o único critério é que as paisagens obrigatoriamente precisavam ser britânicas.

A imagem vencedora este ano é assinada por Emmanuel Coupe, que retratou o sol nascendo em uma ilha escocesa.

As imagens:

Jon McGovern foi o vencedor do prêmio de melhor fotógrafo jovem por sua imagem de um campo de trigo durante a madrugada

Já John Parminter intitulou sua imagem do porto de Aberdeen, na Escócia, de 'Food for thought' ('Comida por pensamento')

O prêmio na categoria de parques nacionais ingleses foi para Chris McIlreavy, por esta imagem do pôr-do-sol em Cumbria

Outra imagem premiada de John Parminter e está de Rannoch Moor, na Escócia

Uma corrida em North Yorkshire foi o tema desta foto de Stephen Garnett

Enquanto Alex Varey venceu na categoria de fotos batidas com telefone celular por esta imagem do céu se abrindo diante do Palácio de Westminster

Esta foto de Nigel Hiller em West Yorkshire no inverno venceu na categoria de paisagens retratadas da própria casa

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28 de outubro de 2009

Ingratidão

Ingratidão

Olho sempre
Para o fundo das minhas lágrimas
A rolar pelo meu rosto,
E Fundamentalmente existe um pouco de você
E essa "ingratidão" por si só
Essa dor muito triste
Não quero mais!

Certo alguém me disse um dia
É tão triste, é tão penosa,
Essa tal de "ingratidão",
É como facada dolorosa
Um tiro certo no coração!
Ela não rima com amor
Tão pouco com alegria,
É apenas tanta dor,
Esta palavra triste... e vazia
Nessa escuridão consigo ver
Lutarei o suficiente,
Para abortar de meu ser,
Toda esta ingratidão,
Daquele que um dia imaginei,
Ser um grande amor...

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27 de outubro de 2009

Uma volta em Vice City (GTA)



Já que o negócio é diversão não poderia deixar de postar isso...

Trata-se de Mário e Luige dando um rolé em Vice City (GTA.)

Particularmente achei muito legal a ideia.

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Eternamente Madruga

Vi esse vídeo por acaso no blog Nova Quahog...



Para os que assim como eu são admiradores da figura imortal do seu madruga, vale muito a pena conferir e prestigiar sua sábia filosofia...

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26 de outubro de 2009

Ao Mestre pelo dia dos professores

A singeleza de uma homenagem, ao grande Mestre, simplesmente o maior professor que tive na vida!

Professores... Impossível saber exato quantos já cruzaram o meu caminho. Sinto gostar tanto deles, ao mesmo tempo em que os detesto. É certo que essa guerra de vaidades denota em uma relação eternamente indecisa, no alto grau da complexidade humana, porque durante uma vida muitas são as vezes que adotamos a faceta de alunos e consequentemente outras, até nos tornamos professores também com um básico diferencial, sem jamais termos deixado de ser os tais escolásticos de antes, porque todo professor, sem qualquer exceção, um dia também já formou a plateia de estudantes.

Desde muito novo concluí – não exatamente com essas palavras -, que professores exercem um papel funcional na vida do aluno, não meramente se limitando a atividade de ensino, mas, sobretudo formando caráter. Alguns até adotam a alcunha de heróis, assumindo todas as direções, guiando os seus por entre as trevas no desafio de viver. São peças cruciais no desenvolvimento comportamental e/ou profissional de um indivíduo.

A análise dos relacionamentos entre professor/aluno envolve um conjunto de interesses até intencionais, sendo esta interação uma espécie de expoente consequente. A educação é uma das fontes mais relevantes do incremento comportamental, pelo poder de agregar valores entre todos os membros da espécie humana.

É por esse agrupamento de noções que a cada dia 15 de outubro, tradicionalmente o país comemora o dia dos professores. Estranhamente esse ano, refleti muito sobre a data e o resultado de tais divagações veio em forma da vontade maior de homenagear todos os preceptores que passaram por minha vida, já que nada mais sou – sem querer ofendê-los claro -, que a soma de todas essas concepções, emprestando agora meu “vasto talento” escriba para interagir diretamente com um sujeito que jamais esquecerei, o professor Cristiano Leal.

Lembro bem, como se fosse hoje. Conheci-o há alguns anos durante o último período de faculdade. É incrível, quando penso em professores e afins, logo minha mente se remete a pensar nele, com nostalgia, carinho e, sobretudo, admiração. Essa bem aventurada jornada começa quando cheguei à universidade para assistir a primeira aula da disciplina Comunicação Visual. Estranhamente, todos os colegas de classe estavam com os livros e cadernos em mãos, comemorando que chegariam mais cedo em casa, ou seja, a aula foi antecipada. Isso me deixou extremamente chateado, havia passado mais de uma hora dentro de um coletivo lotado, apenas para contemplar a presença daquele docente e sua bendita preleção.- Professor, isso não é justo – fui logo disparando – saí de casa, cansado, passando horas em um coletivo. E quando chego aqui, percebo que o senhor antecipou a aula, e quanto a mim? Perdi o conteúdo e tomei falta, me diga se isso é justo...

- Calma meu jovem – foi logo me interrompendo - eu não fiz chamada, apenas passei o conteúdo programático, você não perdeu nada importante.

O modo como me respondeu denunciava certa displicência. E assim retornei, tomado de fúria, no mesmo ônibus cheio e sem ter assistido a tal aula. O professor não me saía da cabeça, era uma persona diferente de tudo que havia visto. Quem era esse tal Cristiano Leal, afinal? Sujeitinho mais estranho, ostentando certa arrogância com aquele falar pausado, mas intrigante por demonstrar originalidade.

Voltei para casa refletindo sobre isso, cercado pela certeza, seria um semestre difícil. Acontece que quando penso uma coisa, acabo descobrindo outra, afinal tenho ou não razão? Errado! Inclusive não há dúvidas, a primeira impressão, definitivamente não é mesmo a que fica. O ditado definitivamente estava errado. Tanto que somente foi preciso que chegasse a aula seguinte para que aquele professor, adotasse a faceta de um verdadeiro Mestre, é assim que o digníssimo Cristiano Leal será chamado daqui por diante.

O Mestre se mostrou um educador moderno e excêntrico no exercício de seu ofício diário. Exibindo técnicas diversas, desenvolvia ferramentas para tornar o aprendizado um pouco mais interessante, isso pela habilidade em dosar os elementos. Além de aprender num processo de interatua, o aluno se sentia competente pelas atitudes e métodos de motivação muito bem desenvolvidos em sala de aula. Sua característica suprema era a não preocupação somente com o conteúdo através da absorção de conhecimentos, abordando sim, tudo que engloba o processo de construção da identidade do aluno. O mestre renega seu título de professor para adotar um estratagema mais ousado, porém, simplório, o papel de facilitador de aprendizagem. Sempre aberto às novas experiências, na busca sem fim por compreender, numa relação empática, o universo dos sentimentos e toda problemática que envolve os seus. Depois é só definir o conjunto de ações para tentar levá-los à auto-realização. Parece simples, certo?

E de certo ponto realmente é. Esse foi seu grande trunfo, facilidade diante do clima de complexidade exacerbada, com atitudes concretas. O Mestre é uma espécie de comerciante, no sentido literal de venda, seu produto é não entender a construção do conhecimento como uma linearidade individual, no entanto sem se basear apenas por preceitos positivistas. O Mestre é mestre, porque foi quem melhor entendeu a premissa do papel do professor, consistindo em agir como intermediário entre os conteúdos de aprendizagem e a atividade construtiva para proporcionar a melhor assimilação. Talvez nem ele mesmo saiba, o seu maior feito sem dúvidas foi resgatar a cada dia, o prazer pelo aprender.

O método de ensino se mostrou eficaz também pelos minuciosos detalhes, que o próprio pode atestar que fazem uma diferença enorme, um mediador da cultura que possibilita progressos no desenvolvimento. A sala de aula, dentro de todas as disciplinas que leciona, rompe os muros das instituições contratuais, estando pronto a atender ou prestar socorro. Sua paixão muito mais que pelo ensino, denota por um ponto de vista de democratização do conhecimento, expandindo-o a terceiros. Essa é sua preocupação, o alimento para sua alma, sendo a maior eficácia e ainda o preço da maldição que o cerca.

O pior de tudo, sua ideologia é amplamente contagiosa. Estudei com o próprio apenas um período, uma matéria de dois créditos, uma aula por semana com duração de duas horas. Foi o bastante para se tornar o maior, satisfação de um encontro marcado. Ainda hoje, passado tantos anos, vejo-me como um discípulo e constato isso cada uma das inúmeras vezes que me vi obrigado a recorrer ao seu conhecimento. Estando sempre prontamente a ensinar e quanto a mim lisonjeado pelo prazer de aprender.

- Mestre é você mesmo, Mestre é você quem está aí? – Certas coisas parecem que nunca mudam, é sempre assim que começa!

- Sim, diga meu jovem... – Já viram algum outro docente com um conjunto tão amplo de virtuosidade? Um sujeito que conquista a todos pela sinceridade e autenticidade.

Ao Mestre “Leal” com carinho, afinal o Mestre é mesmo um sujeito encantador. Boa sorte para ele, de um eterno pupilo!

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Essa é para você e tantos outros que querem a aposentadoria dele





















PS: Exclusivamente oferecida a todos aqueles ilustres são-paulinos que pedem a aposentadoria do maior ídolo do futebol moderno brasileiro. Foi bola de um lado, goleiro parado e GOLLLLLL. Portanto, calma meus queridos corneteiro, um dia o Rogério vai se aposentar… felizmente não agora! Porque todos tem goleiro, só nós temos o Ceni - putá que pariu é o melhor goleiro do Brasil, ROGÉRIOOOOOOOOOOOOOOOOO.

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25 de outubro de 2009

Mensagem subliminar uhuhuhu


PS: Eu vi essa imagem em um blog, salvei a imagem mas esqueci de pegar o nome e endereço do blog para dar os devidos créditos, portanto vai desculpando, ok?

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