31 de maio de 2009

O puro som do AOR

O tema dessa atualização é muito importante – e cada vez mais presente - na minha vida, o Hard Rock AOR.



Esse é um post que estava muito ansioso. O planejado, confesso, era utilizá-lo para inaugurar a coluna “Alquimia Musical”, infelizmente não pude terminá-lo a tempo. No primeiro contato entre leitor e texto, me arrisco a dizer que esse logo indagaria, “O que diabos será AOR?”. O termo não é característico pela sua popularidade, mas acalmem-se, pois pode estar mais próximo do que se imagina, certamente qualquer apreciador da boa música já se deparou, formando apenas um dilema de desinformação em torno da denominação, até aí um fato bastante comum, inclusive foi assim comigo também. Como na vida existem vários trajetos, outra parcela pode ter seu primeiro contato estipulado através da figura de um desses roqueiros a pronunciar a expressão, mas apenas pode ser, para ser honesto, a maioria das pessoas ignoram mesmo e olha que presenciei alguns conhecerem até mais bandas do gênero do que eu e nunca terem ouvido a tal definição.

E o que seria de fato o AOR? Conhecido como “Album Oriented Rock” (alguns também denominam como Adult Oriented Rock), esse é um nome retirado de um formato americano de rádio FM (conhecido como Album Oriented Radio), que tocava faixa de discos de artistas de rock. Vem a dúvida, o que há de novo nisso? Talvez nada, a não ser sua particularidade, centrada nas reproduções de canções mais longas, sua composição praticamente não atendia ao estilo padrão, o AOR ia de encontro à singles e músicas meramente comerciais. O objetivo era estabelecer uma proposta musical livre e deveras complexa, complexidade essa que já partia do modo como era concebida. E essa condição se relaciona com o perfil do adepto ao Aor, aquele tipo de roqueiro com apresso nostálgico, um sujeito com mente aberta e claro, gosto musical bem apurado.

Possivelmente através dessa perspectiva que o “Albúm Oriented Rock”,tardiamente foi posicionado como “Adult-oriented rock”. Esse rock orientado para álbum em inglês, no Brasil chegou como a expressão Rock Arena e serviu para descrever muitas dessas bandas, que também teve conceito associado a rock melódico e pode até ser resumido como o som de bandas de “hard rock and heavy metal” dos anos 70, 80 e principio dos 90.

O estilo foi “sepultado” no início da década de 80, quando era cada vez menor o interesse das rádios em executá-lo em suas programações. Esse é o fim do Aor? Nem precisa responder, óbvio que não, no máximo o fim declarado do “Album Oriented Radio”. As bandas permaneceram em plena atividade, firmes na jornada de produzir um som descompromissado com fatores industriais, cada vez mais distantes do padrão. E assim seguiu sem aquela que o fecundou, dentro de uma proposta progressiva, continuaram durante anos a fazer esse estilo.




Esquecendo um pouco as definições, como conceituar o Aor de modo mais natural? É um gênero que dominou o mundo no final dos anos 70 e até meados dos 80, caracterizado por grandes clássicos, verdadeiros hinos imortais. Daqui a 100 anos haverá pessoas a descobrir, admirar e difundir o Aor, um apanhado de canções com o poder de teletransportar o ouvinte para algum lugar bem longe da mente, aprisionando a lembranças, como uma “droga artificial”, sem contra indicações, e esse poder de nos levar pra bem longe, literalmente estabelece um novo processo, arrancando dos problemas cotidianos.

Com o passar dos anos, é inegável que o Aor sofreu por um processo de transformação, hoje a denominação está mais ampla, englobando não meramente bandas que seguem uma perspectiva mais progressiva e descompromissada, abrindo espaço para grupos mais clássicos, com orientação poética, claro que não necessariamente tratando-se de rock pesado. O Aor é lançado até os dias de hoje, citando como exemplo a ativa Place Vendome do vocalista Michael Kiske, que veio do metal e se descobriu musicalmente no Aor.

O som do AOR é uma verdadeira infinidade, sendo impossível destacar até metade das bandas, algumas muito conhecidas, outras nem tanto como, Journey, Suvivor, Bryan Adams, Kansas, Forrigner,Toto, Heart, Starship, Asia e Chicago. Também merecem destaque, arenas do mundo, alguns mitos que lotavam com melodias nostálgicas são, Shy,Stan Meissner, The Doobie Brothers, Electric Light Orchestra, Peter Frampton, George Harrison, Alan Parsons Project, Billy Squier, Sugarloaf… entre outras, Fortune, Sugarcreek, ,Crown of Thorns, Streets, Strangeways, Pride Of Lions.



AOR no Brasil

Estaria sendo louco e insano em afirmar que o Brasil foi um cenário efusivo na formação de bandas do Aor, apesar de existirem alguns representantes. Em opinião pessoal e com base também em pesquisas, Roupa Nova – apesar da base pop romântico -, e RPM foram um dos principais emissários. O primeiro teve forte flerte com o AOR na década de 80, estando bem característico em canções como “Felicidade”, “De volta para o Futuro” e “Coração Pirata”. Já a banda do cantor Paulo Ricardo traz entre outras, a música “Rádio Pirata”. Outro que também bebeu da fonte foi Léo Jaime, dificilmente alguém discordaria que “A vida não Presta” referência o estilo, com uma proposta poética simples e direta abordando as agruras da geração anos 80. Existem outras amostras nacionais – agora vocês me xingam, peguem leve please -, grupos como Polegar e Dominó foram influenciados por esse gênero, o resto acredito se tratarem de bandas com pouca expressão midiática.

E chegamos ao fim de mais um post, agora convido todos a navegar pelos rapidshared da vida e muito mais do que ouvir é se deixar descobrir essa maravilha artística, forjados pela necessidade de preencher uma lacuna, agregando um verdadeiro apanhado de elementos, na figura de roqueiros sem receio de propagar a boa música, com letras poéticas, românticas, vocais puxando para o Hard/metal, com peso das guitarras ou não. O importante é adentrar nesse musical universo de genialidade, onde apenas sou um discípulo menor, a sombra das tuas pegadas em busca do puro som do AOR.

16 Coveiros:

Evandro disse...

Nao conhecia, mt legal!!


http://jokers.mimhospeda.com/

rafa flor disse...

e viva o puro som do aor

Anônimo disse...

Muito legal.

http://congelandomeusmomentos.blogspot.com

Anônimo disse...

tb não conhecia, mto interessante!

PAPO POP! O MELHOR DO MUNDO POP!
http://papopop.net
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Anônimo disse...

poo nunca tinha ouvido falar, bem interessante!
parabens!
http://alwaysfall.wordpress.com

Claudio Henrique disse...

nunca ouvi falar
mas deve ser legal
bom blog

se puder
http://wwwfanaticosporfutebol.blogspot.com/

RaUL disse...

Rafa adorei, escrevendo muito bem, viva o puro som do AOR

Lara Veiga disse...

Bom d+, nunca ouvi falar tb de AOR

Alan Salgueiro disse...

A princípio pensei que era apenas mais uma sigla de músicas com tem o Foo Fighters (DOA) ou o System od a Down (BYOB) mas na verdade é um espécie de gênero musical, também não conhecia...

Flor disse...

Rafa só faltou no way out

Anônimo disse...

E viva o puro som do AOR

Fábio Netto (Polonês) disse...

É um texto interessante, bem pesquisado e principalmente bem fundamentado pelo nobre Jornalista que sem sombra de duvida também é um poeta e bom escritor,seu site está muito bom e bem cntextualisado; é por ai mesmo o caminho, parabéns.

Daniel Silva disse...

Journey é bom pra caramba!

Belo post.

www.esteticamusical.com

Anônimo disse...

foeda

Luiz disse...

Ótimo texto, esplanou muito bem...Porém dominó e polegar veio naum dá, podia nos poupar disso!

Vera Lucia disse...

Sou honesta em dizer que ainda não havia ouvido falar em Aor mas, o texto mostrou que já ouvimos muito este estilo musical. Sua pesquisa foi fantástica e espero poder ler mais sobre este assunto no seu blog.

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