31 de maio de 2009

ERUDIÇÃO SANGRENTA



Erudição Sangrenta

Não foi por engano que eu amei a vida,
este anel no meu dedo reluzindo,
cartas que os amigos não me responderam.
Mas a solidão, esta sim,
esta sim...

Esta sim (a solidão)
engraxou minhas saudades,
esta sim penteou o meu espelho,
estação necessária, cárie obturada.

Esta sim, querendo ou não,
perfilou minha coluna,
esta sim educou a minha língua,
extraiu meu tormento tão monótono.

Não foi por acaso que eu amei a morte,
este dedo apontando o meu destino,
armas todas do mundo explodindo no meu cérebro.
Mas o único amigo, este sim,
este sim...

Este sim (o único amigo)
pagou o preço da minha fome,
este sim assustou-me por ser tão sincero,
erudição sangrenta, vento analisado.

Este sim, a pé ou de avião,
levou-me de mim mesmo,
este sim corrigiu minha loucura
instalando uma outra, mais insana.



4 Coveiros:

flor disse...

Forte e intenso

Anônimo disse...

escreve bem d+

Fernanda disse...

que liiiiiiiiindo, ameei *-*

Zone Core disse...

caramba vc tem textos muito bons aqui no blog... De fato muito bons. Parabéns pelo blog!

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