14 de junho de 2009

Somos donos de nossa palavra!


Algumas vezes, nos deparamos com pessoas que criticam o vocabulário de uma determinada sociedade ou quem sabe de um individuo em especial. Ressaltam que o português é pronunciado de forma anedótica, sem importar-se com as tradicionais regras gramaticais. Discussões dessa espécie são presenciadas a todo o momento. Baseado no dilema, Sírio Possenti abordou em seu texto “Não Existem Línguas Uniformes”, as diferentes maneiras adotadas pelos brasileiros na prática utilitária de seu idioma. Generalizando, o autor deixou claro que em português ou em qualquer outra idioma, a população segue critérios internos e externos à língua, seja dentro de uma sociedade, comunidade e por que não, individualmente, entre cada habitante.

Vamos esquecer um pouco a lingüística e falar um pouco de roupas. Um grupo, composto por 200 pessoas, resolveu sair à rua sempre usando um terno. Daí vão alegar que todos se vestem da mesma forma? O traje pode variar desde a cor, a textura e ao feitio. Podendo haver centenas de ternos diferentes, e nenhum deixa de ser terno. Na linguagem o processo é semelhante, somos um país riquíssimo, que adota a língua portuguesa (brasileira) e temos mais de 150 milhões de subgêneros. A língua se adapta a todos os estilos.

Constatamos isso acompanhando o trabalho de três conhecidos escritores da literatura brasileira. O português contido nos livros de Machado de Assis há muito não é usado. A língua sofreu forte alteração, provando que não é estática. Passamos para dois gênios mais atuais, Guimarães Rosa com o clássico interiorano “O Grande Sertão Veredas” e para “Coivara da Memória” livro consagrado, de autoria do sergipano Francisco Dantas. Ambas as obras ocorrem num cenário rural, com muitas palavras de uso local e desconhecidas entre seus leitores. Cada livro tem o seu vocabulário, eles não se assemelham. Os sertões brasileiros não dividem a mesma linguagem.


1 Coveiros:

Flor disse...

Interessante

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