7 de setembro de 2016

Nas garras do assassino

Em um dos sonhos, estou a caminhar, sem saber ao certo por onde, quando subitamente sou vitimado por uma rajada de tiros. Antes de padecer, tento determinar a direção das balas e ao mesmo tempo em que sinto a vida se esvaindo, não demora para me tornar estatística, com direito a requintes de crueldade. Em outra perspectiva, durante um assalto qualquer, acabo me vendo sob a mira de um revólver e algumas vezes, antes de retornar ao mundo real, até consigo ouvir, distante, os estampidos dos disparos.
Em determinadas cenas, o devaneio parece oferecer uma trégua, afinal o alvo já não sou mais eu e sim algum desconhecido. Fica o lamento pelo sonho bom ter dado lugar à cena de crime, geralmente regada a muito sangue. O pior pesadelo se configura como uma trama trágica.
Diante dos meus olhos, atentam contra a vida das pessoas que mais amo, fadadas a partir, sob meus braços. Além de ser submetido à visão lutuosa, a dor se mistura a uma inconveniente sensação de impotência, além do ardoroso sentimento de vingança.
O consolo vem da certeza: tudo está na minha cabeça! Apesar de ninguém ter morrido, só eu sei o quanto parece real e como essas experiências me assombram. Verdadeiro a ponto de ser o mais próximo do inferno que quero ou me permito chegar.

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