20 de setembro de 2009

O príncipe bêbado e a plebeia equilibrista – Um encontro marcado

De longe, observava-o a se aproximar. Caminhava compassadamente, tinha uma rosa em uma das mãos, enquanto que com a outra, apoiava o chapéu. Estava a algum tempo a esperá-lo, sentada no banquinho logo a frente das árvores, observando as águas do rio, enquanto a brisa fresca roçava sobre os cabelos.

Começou como mais um entre aqueles tantos encontros proibidos que o casal insistentemente se submetia. Juntos degustavam a oferenda dos deuses na plenitude de seu gozo, um sentimento hibridamente involúvel na invulnerabilidade concebida por todo clima de terror que permeia na ostentação de prazer incisivamente negado.

O reencontro começou por uma profusão de abraços, olhares se entrecruzavam, amor efusivo na acepção singela, capaz de balançar os galhos da árvore, folhas secas caiam sobre os seus cabelos, num murmúrio pouco encantador. Ambos podiam experimentar de suas mentiras, ouvindo o vento emitir versos sem sentido, como pequenas peças a explanar um poema mórbido, longilíneo, soturno, para assim testar seu amor, um embrionário sentimento ilusório que anima a seu coração consumido e renegado a embriagar no mar composto por suas próprias lamúrias.

Ao se deixar sucumbir pelo calor de seu corpo, mãos se entrelaçavam, um bem instantâneo, quase clandestino. Impressionante como isso acontecia durante o tempo de um olhar, como um vício, felicidade artificial que padeceria mais tarde no instante de vê-la partir, nunca aprenderia a conviver com a dor de ter que deixá-la para trás.

Se a emoção comandasse a razão, na noite seguinte acordaria ao seu lado. Não pretendia dizer que o orgulho, como um nó na garganta amarrou suas mãos, vibrações capazes de conter seu espírito bélico, mas não apaziguar as chamas que percorriam a essência de seu âmago. Era como num filme, vê-la indo embora, acendiam-se luzes, surgiam às câmeras, só não baldava aquele tal grito, ação.

Ao fim do encontro, a distorcida recordação de quando se conheceram. Não se lembrava bem se a chuva fria ou certa disritmia calou o seu coração, o alicerce da volúpia que escorria da imaterialidade dos sonhos enegrecendo a ardidez entusiasta, fazendo-lhe recobrar valores como do beijo e não o batom. Uma gota esperançosa emanava do céu, por entre as estrelas que não mais reluziam. O véu que lhe antes cobria a face agora transparecia na figura do que nunca ousou viver. Como recompensa a afagar seus cabelos, beijava-a com todo o ardor dos cosmos, a doce plebeia lhe concede a anteriormente perdida grandeza de viver.

41 Coveiros:

Rafa Flori disse...

Deus que coisa mais lindaaaaaa

Anônimo disse...

cruzes...


o que é que eu vou comentar depois de ler essa maravilha?

é amigo, só tenho que dizer...
parabéns.

Unknown disse...

muito bom,
estais de parabéns!
Me lembra aqueles filmes de romances medievais,
até na linguagem, gosto de textos com uma linguagem menos coloquial.
e a última imagem ficou perfeita.

Tute Braga disse...

Muito bem escrito!
Adorei!!!
=)

Parabéns!!!
Bjosss

Uvirgilio disse...

Nossa que encontro.

Eduarda Ramos disse...

que perfeito!

Jean Carlos disse...

Parece que você descreveu uma cena de filme...
Perfeito seu texto!

At disse...

gostei da descrição dos detalhes!
bem legal e o titulo lembrou bastante uma musica '-'

so nao entendi se ela existia ou nao '-'

Jel S. disse...

LINDO !
Cara, excelente narrativa! Parabéns, de verdade!
beijo=**

Lily Ribeiro disse...

maravilhooooosoooo!!!
parabéns pelo blog, muuuito triiizããããõ!!!

http://lilyribeiro.blogspot.com/

Werneck disse...

muito bom, escreve muito bem. parabens

Anônimo disse...

muito bom seu texto, poderia ser uma cena de filme

Naya Rangel disse...

Nossa consegui imaginar perfeitamente como seria a cena! Excelente o texto!

Abraços!

Lara Veiga disse...

Veio vc esreve bem d+, da raiva de ver

Keisy Oliveira disse...

Nossa... Que capricho... Devia virar filme! ;) Mto boom! bjs... Muito bem escrito, sério...

LENNON disse...

po otimo blog!!!!

adorei esse poste

abçs!!!

Rui disse...

Bonita história!!!
A moral, a ordem social, acabam com coisas lindas.
Sem contar o orgulho e a vontade de manter o que tem...

gAng disse...

fikou muito bem feito
a imagem combinou muito com o texto^^

www.hysteria-project.blogspot.com

Anônimo disse...

:D legal. como sempre!

Othon Passos disse...

Muito foda o texto
Gostei cara! Vc escreve bem!

Charlie disse...

ótimo conto *-*

é, perfeito ><

e a imagem ficou perfeita *-*

cada linha, trexho foi do modo que deveria ser, nada a acrescentar ou tirar

parabéns :]

Macaco Pipi disse...

HEHE
Q É ISSO CARA
GOSTEI DESSA!

icaro disse...

historia muito bem elaborada, faz com a pessoa se transporte a cena.
legal

Tallys Windson disse...

Cara, muito bom. Adorei.
Tô te acompanhando.
http://tallysween.blogspot.com/
Me acompanha também? :D

Nando! disse...

Caraca, muito bom!
Cada vez que venho aqui me surpreendo mais!
Parabpens mesmo cara!

joão victor borges disse...

bem legal o texto, e a foto também ilustrou perfeitamente.

parabéns!

se puder, passa no meu blog
anpulheta.blogspot.com

Inez disse...

O texto é muito bom, história de um amor impossível como nos velhos filmes.

Unknown disse...

amor impossivel...amor escondido...quando aas 2 pessoas se encontram ninguem consegue separar...muito bom o texto...

Luiz Lukas Copaseut disse...

Cara, é bem maneira a forma que escreve...
toda essa linguagem rebuscada é bem característico
de um cenário dark! muito maneiro o texto!

Karine disse...

mto bom mesmo!!!

Fernando disse...

seu texto está muito bom! ou melhor, sua fábula...
eu nunca tinha lido uma fábula com o tema amor, tá de parabéns
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visite-me?
http://cafecombatata.blogspot.com/

Jackson disse...

Caramba, isso que não sou um apreciador da leitura...acabou prendendo minha atenção do início ao fim!!!
Conseguiu um novo seguidor...e muito obrigado pela visita em meu blog!!!

Guarda-Chuva Vermelho disse...

Amei *-*

Poucos contos/textos nos fazem imaginar o cenário.

Beijos

Guarda-chuva vermelho

Nikku disse...

Só acho que há horas que exageras no vocabulário. Bela imagem.

Rafa disse...

Vou tentar Nikku, rs, revio naum conseguir, rs

Anônimo disse...

emocionante O.0

Lua- Eu Crio Moda disse...

adoro contos
vc escreve muitooo bm
parabens!

Desirée disse...

Lindo! *__*

Anônimo disse...

Querido amigo avassalador...
Já sabe que somos fãs de suas postagens... não vou ficar me repetindo ok.
Super mega hiper avassalador sucesso pra ti!
"Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena!"

Juan Alves disse...

Po***a q moral velho.. xick pra dedeu. ta d parabens, aki entre nois (foi vc q escreveu)? parabens

vivian azevedo disse...

Perfeito!!!!!!!!!!
Você consegue colocar o leitor na cena, nos sentimos o gosto de viver isso.Parabéns querido. Lindo mesmoooooooo.

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