A espera acabou: enfim a volta do número 1

A espera finalmente cessou. Após ficar 129 dias longe dos gramados, o mito são paulino Rogério Ceni está pronto para voltar a defender as cores do São Paulo. Totalmente recuperado de uma fratura no tornozelo esquerdo e ser imediatamente submetido a uma cirurgia no dia 13 de abril, o capitão enfim teve sua escalação confirmada para a partida desta quarta, contra o Fluminense, pela abertura do returno do Campeonato Brasileiro.

Essa foi a primeira vez que o goleiro passou tantos meses ausente por consequência de uma contusão, por isso seu retorno é tão comemorado no clube. No entanto o tempo longe serviu para o próprio Rogério Ceni sentir que não é insubstituível no grupo ou peça chave dentro do elenco.

Para o capitão é natural que alguém que está há mais tempo aqui seja colocado nessa posição - de líder -, entretanto ele mesmo garante que o time caminha independentemente de um jogador. “O André Dias foi muito bem como capitão, além de jogadores que não carregaram a faixa, como Miranda, Richarlyson, Hernanes, Washington... Ninguém é insubstituível, não sou o líder e nem o craque", disse o goleiro, que completou.

"Sou mais um para fortalecer o grupo, que, depois de resultados ruins, está crescendo muito de produção nos últimos 40 dias. Estes atletas são os responsáveis pela reconstrução do time, que está muito mais confiante, alegre e competitivo do que há algum tempo. Muito disso se deve aos resultados das últimas rodadas e ao Ricardo Gomes também", ponderou.

O iminente retorno do mito

A volta do goleiro acontece praticamente dentro do prazo mínimo - quatro meses de recuperação -, que foi estabelecido pelos médicos. Nas últimas duas semanas, o retorno começou a ser ensaiado, ele trabalhou com os companheiros, disputou três jogos-treinos e, aos poucos, foi vencendo a insegurança dentro de campo.

“Ele está totalmente liberado. A fratura está consolidada, e a recuperação foi excelente. O fato dele voltar jogando no Morumbi vai ajudá-lo bastante, principalmente na noção de espaço e colocação, já que ele conhece todos os atalhos”, lembrou o médico e superintendente de futebol do clube, Marco Aurélio Cunha.

O principal objetivo desse retorno é até bastante óbvio claro,a conquista de um novo campeonato. Maior ídolo tricolor – pelo menos em atividade -, o capitão se recusa a assumir sozinho a responsabilidade na busca pelo título, mas avisou que está motivado para dar sua contribuição, avisando que espera levantar mais um troféu em homenagem às suas filhas.

"É legal poder voltar a ver o Morumbi cheio e sentir a emoção de competir também. Além disso, as minhas filhas são grande parte da minha vontade. Com quatro anos agora, elas conseguem entender um pouco mais dessa vida que levo. Eu gostaria de mostrar para elas o que já mostrei para muita gente. Gostaria que elas pudessem ver pessoalmente a história que estou fazendo, e não em vídeo. Espero que elas vejam o pai mais uma vez campeão", vislumbrou o goleiro, pai de gêmeas.

Rogério ainda tratou de analisar como poderá ser seu desempenho durante esse retorno. Mesmo aos 36 anos, acredita estar pronto para retornar em alto nível. "Eu me sinto bem e jovem ainda. O que supera a idade certamente é a força de vontade, a estrutura daqui e a dedicação. Estou me sentindo feliz por ter treinado e não ter sentido nada no tornozelo. Fiz todos os movimentos possíveis em uma partida e me sinto bem em voltar depois de algo desconhecido para mim. Eu nunca tinha ficado tanto tempo parado", finalizou.

Nos últimos treinos, o jogador mostrou que também está com o faro de gol devidamente apurado. Após uma atividade com os reservas, ele ficou sozinho cobrando faltas. E seu aproveitamento foi muito bom. Das 17 tentativas, marcou nove gols, além de acertar três cobranças na trave.

Só resta então desejar boa sorte!


Força tricolor!