Galeria expõe polêmicos trabalhos atribuídos a Mandela

A maioria não esperava mas, uma galeria de arte localizada na cidade de Londres afirmou que prosseguirá com uma exposição de obras arrogadas a Nelson Mandela apesar de advogados do líder sul-africano questionarem a veracidade de sua autoria.

A exposição intitulada "Mandela aos 91" – já pelo nome faz menção à idade que Mandela completará nesta semana. O evento reúne uma série de litografias que a diretora da galeria Belgravia, Anna Hunter, diz ter testemunhado Mandela assinar entre 2002 e 2003.

As obras estão cercadas por diversas particularidades, uma vez realmente comprovada a veracidade será um prato cheio para os fãs, ilustrando paisagens que marcaram Mandela na ilha de Robben, onde ele permaneceu por 18 anos, entre os 27 anos o qual esteve preso durante o regime do apartheid.

Em parceria com o fotógrafo Grant Warren, Mandela revisitou a ilha e criou os desenhos em 2002 sob o olhar atento de uma professora de arte. No entanto seu advogado, Bally Chuene, se pronunciou recentemente em Johanesburgo atestando que o líder sul-africano "se distanciou" dos trabalhos que compõem a exposição."Ele não assinou essas obras de arte", disse o advogado, que pediu à galeria que desista "imediatamente" da mostra. "É importante dizer ao público que eles estão sendo enganados."

A diretora da galeria, Anne Hunter, afirmou não ter recebido nenhuma comunicação oficial dos advogados de Mandela e que a exposição será realizada normalmente.Ela afirmou ainda ter visto Mandela rubricar os trabalhos em 2002 e 2003, quando foram vendidas a artistas, celebridades. No fim salientou que o objetivo da galeria de arte acerca da exposição é arrecadar recursos para instituições de caridade nas áreas de educação e combate ao HIV/Aids.

Anne Hunter garante que as obras são originas e que reproduções falsas dos trabalhos de Mandela têm sido oferecidos a compradores. A galeria tranqüiliza compradores que suas peças, estipuladas até 15 mil libras (quase R$ 50 mil), são inteiramente genuínas.Hunter alega que passou quase dois anos pesquisando a proveniência dos trabalhos, inclusive consultando a professora de arte de Mandela e um especialista em caligrafia.