2 de julho de 2009

Entrevista Fernando Morais na Revista Brasileiros

Fernando Morais se destaca no universo literário como autor de biografias que viraram best-sellers.Verdadeiro especialista em narrar trajetórias de personagens polêmicos controversos. Nessa perspectiva, utilizou de uma habilidade incomum para escrever as biografias de Assis Chateaubriand (Chatô, O rei do Brasil) e Olga Benário Prestes (Olga).

A última façanha contraria a perspectiva de obras anteriores, o receituário do biografismo, escolheu para seu mais novo trabalho um personagem vivo, uma das figuras mais amadas e contestadas de nossa literatura, apesar de ser tão ou mais conhecido mundo afora do que Pelé.

Claro que só poderíamos estar falando de Paulo Coelho. Fernando Morais durante entrevista a Revista Brasileiros discursou sobre diversos pontos do novo livro lançado e claro, a folclórica figura do mago.

Confira algumas passagens:

Brasileiros - Suas biografias mais famosas, Chatô e Olga, eram de pessoas mortas. Como foi contar a trajetória de uma pessoa viva e que ainda constrói a sua trajetória? De certo modo, O mago é um projeto inacabado, não? O que pensa disso?

Fernando Morais - Além de ter a inconveniência óbvia de expor o personagem que está por aí, que tem família, amigos etc., há um segundo inconveniente: o livro se torna datado. Eu brinco que daqui a 60 anos, alguém vai escrever O mago - parte 2. E também tem o fato de você conhecer o biografado, porque, durante o processo de feitura do livro, você acaba se aproximando do personagem. Por outro lado, nada substitui o olho do autor. Afinal, você está presenciando, participando dos acontecimentos, ninguém está te falando. O que acaba sendo uma vantagem. Você não precisa se cercar tanto de testemunhas, ouvir tanta gente, etc. E o privilégio de conviver com o personagem é insubstituível. Para escrever o livro, convivi três anos com o Paulo. Mas, ainda assim, não pretendo escrever mais sobre pessoas vivas.

Brasileiros - Conhecendo tão bem Paulo Coelho, o que você acha da relação pouco amistosa que ele mantém com a crítica brasileira? Acha que ele é injustiçado aqui?

F.M. - Mais do que isso, o Paulo é tratado de uma maneira desrespeitosa, às vezes. Não sei as razões que levam determinados críticos a tratar a obra do Paulo com desprezo. Mas, na maioria dos casos, isso cheira um rasteiro sentimento de inveja. O Paulo é o único autor vivo mais traduzido do que Shakespeare; há países onde ele é publicado que não tem nem assento na ONU. Como que a crítica internacional trata a obra do Paulo? Gosta de uns livros e não gosta de outros, normal. E quando eu falo em crítica internacional, estou me referindo a Inglaterra, França, Estados Unidos, Rússia, países com níveis de educação seguramente mais altos que os nossos. A New Yorker, totem da intelectualidade americana, dedicou oito páginas a uma reportagem elogiosa sobre o Paulo. E aqui no Brasil não há sequer um veículo de envergadura que tenha uma opinião contrária, todos falam mal dele e de sua obra.

Clique aqui para ler a entrevista completa

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